Contrariando as manifestações enviadas até agora por diversos países à Presidenta Dilma, o estudo prevê que não haverá uma reação coordenada de Governos da América Latina em apoio ao atual Governo. O trabalho, porém, omite os apoios expressados até agora por Venezuela, Bolívia, Equador, Peru, Nicarágua, Cuba e até mesmo pela Organização dos Estados Americanos (OEA).
Ao mesmo tempo, o ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso compartilha a opinião do Inter-American Dialogue. Ao participar do seminário “Desafios ao Estado de Direito na América Latina – Independência Judicial e Corrupção”, realizado em São Paulo pela Fundação Getúlio Vargas e pelo Bingham Centre of Rule of Law, de Londres, FHC admitiu que o processo de impeachment é violento mas não ameaça a democracia.
“Impeachment tem que ser consequência de atos e fatos de duas dimensões: uma jurídica – a Constituição tem que dizer se aquilo é ou não crime de responsabilidade – e outra, política, se o Governo tem força ou não para governar. Quando se juntam essas coisas, é muito difícil evitar o processo, mas tem que ser dentro da regra” – alega FHC.
O cientista político e colaborador do Instituto Atlântico, Augusto Cattoni, acredita que será muito difícil o Brasil receber o apoio de outros países que não os latino-americanos, já que os outros não têm a mesma visão do mundo de nossos vizinhos.
“Ainda assim, outros países que não os latino-americanos vão demonstrar algum tipo de solidariedade ao Brasil porque têm instituições políticas maduras atualmente para encarar o problema, mesmo sabendo que as coisas serão difíceis até que se encontre uma solução satisfatória” – diz Cattoni.
“Organizações [como CUT e MST] vivem em um mundo paralelo. Todas as manifestações populares a favor do impeachment foram maiores que as contrárias. Essa é uma peça de propaganda que elas repetem.”