Apesar da pressão para agilizar os trâmites, o presidente do Senado Renan Calheiros afirmou que vai conduzir o rito dentro da lei, garantindo a defesa e contraditório, com isenção e naturalidade.
“Nós temos pessoas pedindo para agilizar o processo, mas não podemos agilizar o processo, de forma que pareça atropelo, nem delongar, de forma que pareça procrastinação".
Renan Calheiros informou para a imprensa, que na Ordem do Dia da sessão desta terça-feira (19), vai ser lida a autorização dada pela Câmara dos Deputados para abertura do processo de impeachment. Antes, o Presidente do Senado convocou pela manhã uma reunião de líderes a fim de acertar a questão de prazos e da proporcionalidade partidária da composição da comissão especial que vai analisar o processo de impeachment, e já é motivo de disputa partidária.
“Vamos amanhã, às 11h, fazer uma reunião com os líderes do Senado Federal e conversar com eles sobre prazos e sobre a proporcionalidade para compor a comissão especial, que terá 21 membros” – revelou o presidente do Senado.
“Ainda não cogitamos nomes, essa tarefa não é do presidente, é dos líderes partidários, que poderão conversar entre si de modo a criar condições políticas para eleger o presidente e o relator. Há um detalhe já observado na Câmara dos Deputados, de que o relator, diferentemente do que acontece nas comissões, precisará ser eleito, a exemplo do presidente, na comissão especial" – explicou Renan.
A comissão vai ter dez dias para concluir o trabalho e levar o relatório ao plenário da Casa.
Ao deixar a reunião com Renan Calheiros, o Presidente da Câmara, Eduardo Cunha declarou para os jornalistas, que os deputados não vão ter sessão deliberativa nesta semana, primeiro para que os parlamentares possam descansar das longas sessões de análise do impeachment, e porque os deputados não reconhecem mais o governo. “Não acredito que nenhuma matéria relevante na Câmara será votada enquanto esse processo durar no Senado. A decisão de ontem (17) significa que a Câmara não reconhece mais esse governo, então é difícil apreciar qualquer coisa do governo”.