A carta, também conhecida como "Carta a el Rei Dom Manuel sobre o descobrimento do Brasil", é considerada como o primeiro documento escrito na história brasileira. Este documento de 28 páginas datado de 1 de maio de 1500 foi resguardado no Arquivo Nacional da Torre do Tombo em Lisboa. É incluído pela UNESCO no Registro da Memória do Mundo em 2005.
O papel manuscrito viajará para Belmonte em uma mala especial que pode garantir as condições ideais de conservação durante 48 horas. Por que Belmonte? É a terra natal de Pedro Álvares Cabral, o descobridor do Brasil. O objetivo deste projeto de deslocamento é bem óbvio — atrair mais os turistas para a cidade.
"Calculamos que recebemos cerca de 65 mil visitantes por ano e, com esta iniciativa, pretendemos chegar aos cem mil", quantifica António Rocha, presidente da Câmara de Belmonte.
Segundo o Diário de Notícias, o documento tem que estar na sala a uma temperatura entre 18 e 22 graus e um nível de humidade entre 45% e 55%. Além disso, "foi construída uma vitrina específica para poder receber a carta, permanentemente monitorizada e vigiada", explicou o responsável do arquivo nacional. Filomena Marques, citada pelo jornal, explica outras modificações feitas na sala:
"Todo o espaço onde a carta será exibida foi forrado com uma espuma própria de forma a proteger da luz e da humidade".
O espaço da sala foi dividido em duas partes — uma com ilustrações em formato multimídia para recompor a realidade medieval e outra com a mostra, tudo isto será acompanhado pelas vozes dos alunos da Escola de Música de Belmonte leem excertos da Carta.
Com entrada gratuita para a população local, a exposição é inaugurada na terça-feira, dia 26 de abril, exatamente 516 anos depois de ter sido rezada a primeira missa no Novo Mundo, informa o DN.