Gardner, que é professor e chefe do Departamento de Políticas Internacionais e Comparativas na Universidade Americana de París, chamou o encontro Rússia-OTAN realizado ontem de "um passo importante". Mas segundo ele as negociações deveriam ser retomadas logo depois do golpe na Ucrânia promovido por Washington. A crise ucraniana que occoreu em seguida e o abate do caça russo Su-24 pela Turquia, que é membro da Aliança colocaram os lados à beira da guerra.
"Esses accidentes são muito perigosas: o sobrevoo do espaço aéreo da OTAN e [a expansão da OTAN] mais perto da fronteira russa. Isso tem criado o cenário muito perigoso da guerra, que não existia desde o fim da Guerra Fria," disse o perito.
O conflito em Afeganistão e os desafios crescentes apresentadas pelo terrorismo global unem o Moscou e o bloco militar, adicionando que uma vitória eventual do Talibã no Afeganistão seria o desastre para ambas as partes, sendo assim a Rússia e a OTAN tem que colaborar para eliminar a tal possibilidade.
Porém, a revitalização da parceria exige que sejam atingidos compromissos, e, em primeiro lugar, na solução do colapso econômico na Ucrânia.
"Os Acordos [de Minsk] representam a oportunidade, mas ninguem está pressionando para que sejam implementados," diz Gardner. "Os EUA e a OTAN tem que exigir que a Ucrânia aceite os acordos".
'O período de transição entre as eleições até a retomada das atividades na política internacional é muito difícil, pois na véspera de quaisquer eleições importantes a tenção cresce,' disse o perito, adicionando que " existe o chance da mudança fundamental na política estadunidense".