O mesmo acontece no caso de Israel, onde as tensões na região criam obstáculos para as relações bilaterais e, provavelmente, isto só mudará após o fim do mandato de Obama.
Além de uma tensa relação com a Arábia Saudita por causa do Irã, da luta contra o terrorismo e da possível publicação de documentos que acusam naturais sauditas dos ataques de 9/11, existe outro país do Oriente Médio onde atitudes menos cordiais são susceptíveis de persistir até o final do mandato de Obama.
"Apesar da amarga batalha política sobre as armas nucleares iranianas, muitos expressaram a esperança de que o machado de guerra fosse enterrados e o resto do mandato de Obama mostrasse um melhoramento acentuado nas relações entre os EUA e Israel. No entanto, continua a ser evidente que isso não acontecerá", nota a agência de noticias The Medial Line, especializada na cobertura do Oriente Médio.
O anúncio foi feito no domingo (17) quando o Governo se reuniu pela primeira vez na região disputada.
Israel está preocupado com o acordo de paz que circula em Genebra e que inclui uma cláusula segundo a qual Israel deve devolver as Colinas de Golã à Síria.
Netanyahu afirmou que tinha dito ao secretário de Estado dos EUA, John Kerry, que Israel não criaria obstáculos para a regulação do conflito na Síria mas que as fronteiras de Israel não mudariam.
"Eu decidi realizar a reunião do gabinete nas Colinas de Golã para transmitir uma mensagem clara: as Colinas de Golã ficarão para sempre nas mãos de Israel. Israel nunca sairá das Colinas de Golã", declarou primeiro-ministro israelense.
“A resposta dos EUA foi imediata e inequívoca”, escreve a The Media Line.
O porta-voz do Departamento de Estado John Kirby, referindo-se às Colinas de Golã e a outros territórios usurpados por Israel em 1967, declarou: “ Os territórios não fazem parte de Israel, o seu estatuto tem que ser determinado por via de negociações. A situação atual não permite isso”.
O vice-presidente dos EUA Joe Biden também foi extremamente claro na sua crítica à política de Israel.
“Acredito que as ações que o governo de Israel levou a cabo nos últimos anos (a expansão constante e sistemática dos assentamentos, a legalização de postos avançados, as apreensões de terra) estão nos levando e, mais importante ainda, estão levando Israel na direção errada," disse o vice-presidente na segunda-feira (18).
A posição dos EUA tem sido apoiada pela Alemanha.
"Um princípio básico do direito internacional e da carta da ONU indica que nenhum Estado pode reivindicar o direito de anexar um território de outro Estado", disse Martin Schaefer, porta-voz da chancelaria da Alemanha na segunda-feira (18).
A Liga Árabe anunciou que convocaria uma cúpula de emergência no Cairo por causa da declaração de Netanyahu.
Resta saber qual será o resultado final de todas estas declarações.