Na opinião de diversos jornalistas alemães, Berlim está enfrentando cada vez mais dificuldades de convencer outros países da UE da necessidade de prolongar as sanções contra a Rússia. A Hungria e a Grécia sempre tiveram dúvidas desde o início sobre esta questão, e agora a Áustria e a Itália defendem a ideia de sanções menos duras, diz um artigo na edição Wirtschaftswoche.
Entretanto, não há dúvida que, se a Europa atenuar as sanções, se seguirão determinadas medidas por parte dos Estados Unidos. A situação será igual àquela que ocorreu no caso com Irã, quando os EUA ameaçaram aplicar multas a todos que ousassem contornar as restrições. Naquela situação, muitas empresas que tinham parceiros tanto iranianos como estadunidenses, desistiram da cooperação com Teerã, evitando afetar suas relações com Washington, sublinha o jornal.
‘Portanto, enquanto a Casa Branca pretender continuar a política de sanções em relação à Rússia, Washington terá sempre possibilidades de ordenar indiretamente à Europa que continue com a retórica dura frente ao Kremlin, independentemente do desejo dos próprios europeus de prolongar ou não as sanções’, resume a edição.
As relações entre a Rússia e o Ocidente deterioraram-se por conta da situação na Ucrânia. Em julho de 2014, a UE e os Estados Unidos aplicaram sanções pontuais contra certos indivíduos e empresas da Rússia. Em seguida, foram implementadas medidas restritivas a setores inteiros da economia russa. Em resposta, a Rússia restringiu a importação de produtos alimentares de países que impuseram as sanções. Moscou tem afirmado repetidamente que não tem interferência no conflito interno ucraniano e possui interesse na resolução pacífica do confronto.