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Lula afirma que PT vai lutar contra impeachment de Dilma

REPORTAGEM LULA
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Ao participar nesta segunda-feira (25) do seminário “Democracia e Justiça Social”, promovido pela Aliança Progressista, uma rede internacional de partidos e organizações de esquerda, em São Paulo, o ex-Presidente Lula defendeu o respeito ao voto popular e criticou o processo de impeachment que está em andamento no Senado contra a Presidenta Dilma.

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Como estava praticamente sem voz, o discurso do ex-presidente foi lido pelo diretor do Instituto Lula, Luiz Dulci. Porém, em seguida, Lula falou de forma improvisada para representantes de países como Itália, Israel, Argentina, Nepal e Alemanha.

O ex-presidente agradeceu aos democratas e progressistas de todos os países que estão se solidarizando com o Brasil neste momento de discussão de impeachment contra a presidenta democraticamente eleita, o que, segundo Lula, não passa de golpe um conduzido por uma quadrilha legislativa.

“Uma aliança oportunista entre a grande imprensa, os partidos de oposição e uma verdadeira quadrilha legislativa, que implantou a agenda do caos", afirmou, comparando o processo atual ao golpe que instaurou a ditadura militar no país em 1964. 

“Tirar a Dilma é apenas um gesto. Tirar a Dilma do jeito que eles querem tirar é um ato de ilegalidade feito a partir da revolução de 1964, do golpe militar. No golpe militar, eles tinham alguns argumentos de que o presidente era comunista, de que o presidente tinha proposto uma reforma agrária à margem de todas as rodovias brasileiras, de que no tempo da Guerra Fria, o comunista estava avançando nesse país, que, portanto, era preciso derrubar a esquerda para acabar com a corrupção. O argumento é sempre o mesmo, acabar com a corrupção. Foi assim que Hitler cresceu, foi assim que Mussolini cresceu, e assim que a direita cresce em todos os países da América Latina”.

Lula ressaltou que o que está em jogo neste momento no país é mais do que o mandato legítimo da presidenta Dilma, é o voto popular, dado por 54 milhões de brasileiros, e que a ruptura democrática no Brasil é uma ameaça não só para o Brasil, mas para todos os países vizinhos.

"O que está em jogo é o risco de interromper um processo histórico, que passou pela conquista da democracia e nos levou a avanços extraordinários do ponto de vista social, político e econômico. Um processo histórico que levou à eleição de governos democráticos e populares na ampla maioria dos países da América Latina".

De acordo com o ex-presidente, o PT vai resistir ao processo de impeachment e também à oposição que tenta destruir o partido. Lula garantiu que haverá ainda muita luta pela democracia no país.

“Esperem, que viveremos momentos de muito combate democrático. Eles que se preparem, porque se eles pensam que vão destruir o PT, se eles pensam que vão destruir a nossa motivação, é só olhar para a rua e ver a diferença do povo que está na rua. Do nosso lado, está uma juventude ávida para discutir política, ávida acreditando que sem política não há saída, e, do outro lado, é a turma que nega política, que acha que político não presta, que político é tudo ladrão e corrupto, e nem sabem em quem votaram na última eleição. Nós do PT vamos resistir, vamos lutar, porque com a democracia não se brinca”.

Lula ainda criticou a imprensa brasileira e afirmou que a mídia estrangeira está dando uma lição ao falar somente a verdade dos fatos.

“Não é  possível aceitar que um canal de televisão ou que um jornal governe o país. Não é possível aceitar que meia dúzia de jornais ou algumas revistas digam quem é bom ou quem é ruim para este país. Quem tem que dizer isso é o povo brasileiro. Eu quero inclusive agradecer a imprensa estrangeira que está dando uma lição de moral na imprensa brasileira, fazendo uma cobertura dizendo apenas a verdade. Nós não queremos que defenda a Dilma, nós não queremos que defenda o PT, nós só queremos que defenda a verdade”.

Lula terminou seu discurso improvisado com um recado: "Se alguém está cansado de democracia, é bom avisar, porque nós do PT começamos a gostar dela e não vamos parar".

Enquanto ocorria o seminário, do lado de fora do Hotel Maksoud Plaza, em São Paulo, manifestantes protestavam contra e a favor do impeachment da Presidenta Dilma. Pela manhã, uma mulher tentou agredir uma outra pessoa que vestia uma blusa vermelha, mas a Polícia Militar contornou a situação sem maiores problemas. Após o fato, as manifestações transcorreram sem novos incidentes.

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