“Durante as últimas 24 horas, os militares da Ucrânia bombardearam o território da república 213 vezes, violando o cessar-fogo 28 vezes. O inimigo lançou 34 granadas dos morteiros de calibres de 82 e 120 milímetros. Além disso, foram utilizados blindados, vários tipos de morteiros e armas ligeiras”, disse Basurin.
Segundo ele, a metralhada mais intensa com a utilização das armas proibidas pelos Acordos de Minsk foi orientada às posições que ficam perto de Donetsk, Gorlovka, Yasinovataya e Kominternovo.
“Todos os dados da violação dos Acordos de Minsk foram transmitidos aos representantes da missão OSCE e do Centro de Controle e Coordenação”, comunica Basurin.
Ameaça de invasão ucraniana?
“Nosso serviço de informações regista a concentração das forças ao longo da linha de contato. Dois lançadores de foguete Grad, dois obuses autopropulsados, sete tanques e dez blindados se deslocam perto da aldeia de Novoselovka. A sudeste desta povoação há dois lançadores Grad seis obuses autopropulsados e quatro tanques”, disse.
Além disso, segundo ele, 20 tanques se deslocam ao sul da localidade Zaporozhskoe.
“Todos os dados do serviço de informações são transmitidos para os observadores da OSCE”, sublinhou.
Em abril de 2014, Kiev iniciou uma operação militar nas províncias de Donetsk e Lugansk para apagar os focos de insatisfação com a mudança violenta de poder no país, ocorrida em fevereiro do mesmo ano. As hostilidades deixaram mais de nove mil mortos e 20.700 feridos, segundo números da ONU.
O último documento – de 12 de fevereiro – prevê um cessar-fogo total no leste da Ucrânia, a retirada de armas pesadas da linha de contato e criação de uma zona de segurança, assim como uma reforma constitucional com a entrada em vigor até o final do ano de 2015 de uma nova Constituição. Esta deve ter a descentralização como elemento-chave (tendo em conta as particularidades das regiões de Donetsk e Lugansk, acordadas com os representantes destas áreas), devendo também ser aprovada legislação sobre o estatuto especial de Donetsk e Lugansk.
Os dois lados não conseguiram cumprir os acordos até o final de 2015, conforme estava previsto inicialmente. Então, o prazo de realização dos acordos foi prolongado para 2016.