O ativista argentino disse que o que está acontecendo no Brasil é a preparação de um golpe de Estado.
Esquivel comparou o impeachment de Dilma com os processos que aconteceram em Honduras, em 2009, contra Manuel Zelaya, e no Paraguai, em 2012, contra Fernando Lugo. Naqueles países, segundo ele, também foram utilizados os meios de comunicação para desacreditar os presidentes e depois derrubá-los.
“Está muito claro que o que está se preparando aqui é um golpe de Estado. Encoberto, e que nós chamamos de golpe brando, como já aconteceu em outros países do continente, como Honduras e Paraguai.”
Ainda de acordo com o Prêmio Nobel da Paz, se o impeachment for aprovado isso vai significar um retrocesso não só para o Brasil mas também para toda a América Latina.
Adolfo Pérez Esquivel disse ainda aos parlamentares que espera que o Senado tenha a melhor decisão sobre o impeachment, “para o bem da democracia e da vida do povo do Brasil”.
Diante dos protestos da oposição após o argentino pronunciar a palavra “golpe”, o presidente da sessão, Senador Paulo Paim (PT-RS), desculpou-se, dizendo que só concedeu a palavra a Esquivel porque ele queria fazer “uma saudação de paz aos senadores”.
A reação dos parlamentares da oposição foi imediata, lembrando a Paim que em uma sessão extraordinária da Casa somente senadores têm direito a falar, e que o presidente não deveria ter aberto exceção.
Após muita confusão, o Senador Athaides Oliveira (PSDB-TO) solicitou que todo o discurso do argentino fosse retirado da ata do dia do Senado, no que foi atendido.