De acordo com jornais e blogueiros, Dilma até mesmo acataria a possibilidade de renunciar para viabilizar a realização do pleito presidencial extraordinário. Antes, porém, gostaria de conhecer a opinião, em torno desta questão, dos movimentos sociais que a apoiam.
Surge então uma questão subsidiária: se Dilma, de fato, cogita renunciar, como ficam as suas (até aqui) enfáticas manifestações de que não é mulher de renúncia e de que irá até o fim na defesa do seu mandato contra o que chama de golpe?
Reiteradamente a presidente tem dito que utilizará todas as suas forças e todo o seu empenho para corresponder aos mais de 54 milhões de votos que recebeu no segundo turno da eleição presidencial de outubro de 2014. E agora, ao admitir a possibilidade de uma eleição extraordinária, suas posições anteriores ficam revogadas?
Dilma sabe que tem pouco tempo pela frente para o envio desta PEC ao Congresso Nacional. A semana começa com a Comissão Especial do Impeachment no Senado, ouvindo, nesta segunda-feira, juristas a favor do processo, e, na terça, os favoráveis à manutenção da presidente em seu cargo. Na quarta, o Senador Antônio Anastasia (PSDB-MG) apresentará o seu relatório à Comissão, e na sexta ele será votado. Se for aprovada a instauração do processo de impeachment, Dilma Rousseff poderá ser afastada do cargo já na quarta-feira, 11 de maio.
O prazo para o julgamento definitivo do impeachment, pelo Senado, é de até 180 dias. Se até lá o julgamento não estiver concluído, Dilma Rousseff poderá reassumir o cargo. Neste caso, terá as funções presidenciais restituídas pelo hoje Vice-Presidente Michel Temer, ele também ameaçado de sofrer igual processo.
Por sua vez, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, também falando a outro órgão da grande mídia nacional, disse que continua não concordando com o pedido de impeachment do vice-presidente, mas, por decisão do Ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, teve de recebê-lo e providenciar, junto aos líderes partidários, a composição de uma nova Comissão Especial. Porém, mesmo contrário ao processo, Cunha aproveitou a entrevista para se posicionar diante do seu companheiro de partido (PMDB) e dizer que, em seu eventual governo, “a Câmara não será uma empregada de Temer”.