De acordo com um artigo publicado na revista Nature Geophysics, estas marcas foram deixadas por água fervente, evaporada nas temperaturas baixas devido à baixa pressão atmosférica no planeta, o que explica sua aparência estranha.
No ano de 2011, Alfred McEwen da Universidade do Arizona em Tucson (nos EUA) e seus colegas estudaram imagens captadas pela câmera HiRISE a bordo da Mars Reconnaissance Orbiter (sonda norte-americana destinada a procurar evidências de existência de água no passado remoto de Marte).
Como esperavam anteriormente os planetólogos, estas faixas podem ser fluxos de água muito salgada. Tal água permanece líquida no verão (atinge 250-300 graus Kelvin, ou cerca de 23-26 graus Celcius abaixo de zero). Em setembro do ano passado, depois de reexaminar as imagens da MRO, os planetólogos confirmaram que estas marcas foram na verdade deixadas pela água.
Esta experiência não conduz ao efeito que habitualmente é esperado em condições terrenas. Verificou-se que a água que surge em consequência do derretimento do gelo não irá simplesmente correr para baixo do declive, mas sim ferver ativamente e se evaporar no momento em que ela sobe a superfície do solo.