A alegação de Janot perante o STF era de que Cunha responde a vários processos perante a mais alta Corte de Justiça do país – ele possui prerrogativa de foro, por ser parlamentar – e, como tal, tornava-se incompatível mantê-lo na Presidência da Câmara dos Deputados.
Além disso, parlamentares que se opõem a Cunha o acusavam de exercer pressões sobre outros deputados e de utilizar o cargo para protelar seu julgamento no Conselho de Ética da Câmara.
Para o advogado Michael Mohallem, professor da Faculdade de Direito da Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro, a decisão de Teori Zavascki é histórica. Em entrevista à Sputnik Brasil, Mohallem declarou:
Para Michael Mohallem, o fato de o Ministro Teori Zavascki ter demorado quase cinco meses para se manifestar sobre o pedido de afastamento de Eduardo Cunha mostra o quanto é complexa esta situação:
"Não se pode deixar de considerar como é difícil solucionar uma questão desta ordem. Trata-se de um ministro do Supremo Tribunal Federal decidindo o destino do presidente de uma das Casas Legislativas do país. Portanto, foi uma decisão que exigiu muita cautela, muita reflexão e muita ponderação por parte de Teori Zavascki."