Jornalista opositor turco sofre atentado diante de tribunal em Istambul (VÍDEO)

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O editor-chefe do jornal turco Cumhuriyet, jornalista opositor Can Dündar, escapou nesta sexta-feira (6) de um ataque com pistola em frente a um tribunal em Istambul, onde é julgado por revelar supostas ligações do governo da Turquia com grupos extremistas na Síria.

Um atirador, cuja identidade não foi revelada, tentou acertar Can Dündar à queima-roupa do lado de fora do tribunal onde deveria ser anunciado o veredito sobre seu caso. No momento dos disparos, o agressor teria gritado "você é um traidor".

Can Dündar saiu ileso do ataque e o autor dos tiros foi detido pela polícia sem apresentar resistência. O incidente aconteceu diante de muitos jornalistas presentes no local.

Can Dündar e seu colega Erdem Gül, chefe da filial do Cumhuriyet em Ankara, enfrentam acusações de supostamente terem revelado segredos de Estado num artigo publicado em maio de 2015. Caso condenados, ambos poderão pegar longas penas de reclusão.

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Em maio de 2015, o Cumhuriyet publicou um vídeo denunciando suposta participação da Agência Estatal de Inteligência da Turquia no contrabando ilegal de armas para a Síra. As imagens mostravam um comboio de caminhões carregados com armas sendo conduzidos à Síria com supervisão de agentes da inteligência turca.

O julgamento é polêmico e configura mais um caso de constantes ataques do governo do presidente Tayyip Erdogan à liberdade de imprensa na Turquia.

Após a publicação, Dündar e Erdem foram detidos e passaram 92 dias na prisão, sendo boa parte desse tempo em confinamento solitário.

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Em fevereiro, o tribunal constitucional do país determinou a soltura dos jornalistas, que desde então aguardam julgamento em liberdade. Em 25 de março, um tribunal de Istambul, alegando que as provas a serem apresentadas incluem segredos de Estado, determinou que o julgamento fosse realizado a portas fechadas, com início marcado para 1º de abril.

Esta última decisão foi condenada por grupos de direitos humanos e por 100 escritores internacionais, que assinaram uma carta exigindo que as acusações fossem canceladas.

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