A possível venda dos Super Tucanos, que as autoridades dizem ser apoiada pela administração dos EUA, aparece no pacote integral de medidas de apoio do governo para a Nigéria, que entre outros atividades inclui as de inteligência, vigilância e reconhecimento para a campanha contra militantes islâmicos na região, assim como mais treinamentos para as forças de infantaria nigerianas.
Porém, o contrato estará sujeito à revisão prévia pelo Congresso do país, que ainda não foi formalmente notificado sobre a eventualidade da aprovação do contrato.
O mais surpreendente nesta notícia é que o governo e o Congresso mencionados acima são dos EUA.
Os Super Tucanos, que segundo as autoridades (norte-americanas) vêm com "uma configuração armada bastante básica", podem ser usados para treinamento, vigilância e ataques. Os aviões podem ser armados com metralhadoras e carregar até 1.550kg de armas.
A venda eventual traria à Nigéria a vantagem de possuir uma aeronave que pode permanecer no ar por longos períodos para atingir formações do Boko Haram. As autoridades (dos EUA) não revelaram o custo dos aviões para serem vendidos para a Nigéria. No entanto, um contrato para vender 20 aeronaves similares para o Afeganistão teve custo de 428 milhões de dólares quando foi anunciado em 2013.
A dependência da Embraer das autoridades dos EUA no que diz respeito a venda de aviões militares brasileiros a qualquer país é proveniente do fato que o governo dos EUA tem o poder de veto nas vendas de qualquer equipamento militar que conte com tecnologia norte-americana. Neste caso, o Super Tucano conta com sistema inercial de voo, computador de bordo, motor e hélice, além de outros sistemas de origem norte-americana. Este poder de veto foi utilizado pelo Congresso dos EUA em 2006, quando legisladores estadunidenses baniram a venda de Super Tucanos à Venezuela.