Em entrevista exclusiva para a Sputnik, Poliana Botelho disse que apesar de lutar profissionalmente há menos de três anos, ela vem trabalhando incansavelmente e abdicando da vida pessoal para poder chegar a mais essa conquista no esporte.
“Eu venho trabalhando demais para isso. Eu não tenho descanso, eu não saio para noitadas. A minha vida é 100% luta. Foi rápido, mas ao mesmo tempo foi muito intenso. Como o sonho de todo lutar é chegar ao UFC, eu consegui realizar esse sonho. Foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida. Foi uma notícia fora do comum para mim esse ano.”
A atleta contou que pratica esportes desde os sete anos de idade, passando pelo vôlei, se profissionalizou no handebol, e após o convite de uma amiga para praticar a arte marcial do Muay Thai, em 2012, ela não parou mais de lutar.
“Eu nunca tinha me interessado por nenhum tipo de luta, mas no primeiro chute que eu dei, o professor já pediu para eu lutar para ele. Foi um susto, mas três meses depois eu fiz a minha primeira luta, daí por diante me apaixonei e dei continuidade até hoje, e agora estamos aí no UFC.”
Apesar de não participar no UFC da categoria que está acostumada, peso-mosca(até 51,1 kg), e agora integrar a divisão peso-palha (até 52,6 kg), Poliana não vê problemas na diferença de quase 5 kg para competir.
“Essa escolha foi minha. Eu poderia subir ou descer (a divisão). Eu conversei com minha equipe médica e de treinamento, e eles falaram que eu tenho condição de facilmente chegar ao 52 kg. Eu estou muito confiante para isso, eu venho abaixando o meu peso, estou me mantendo no peso de 60 kg, para depois só fazer o corte. Vou ficar muito forte e alta para a categoria, então essa foi a melhor escolha.”
A atleta ainda não sabe quando vai estrear no UFC, disse que apenas assinou o contrato, mas garante que está preparada para a qualquer momento entrar no octógono e dar o seu melhor.
Ao falar sobre a posição das mulheres hoje, principalmente das lutadoras brasileiras dentro do esporte, Poliana Botelho comemora o crescimento do MMA feminino não só no Brasil, mas no mundo.
“O MMA feminino tem crescido demais, cada dia aparece uma lutadora nova. Isso é muito bom, porque quanto mais lutadoras, mais o esporte cresce, acrescentado ainda mais para o nosso meio do MMA.”
Além da emoção do contrato no UFC, a lutadora ainda comemora ter sido escolhida para carregar a Tocha Olímpica no Brasil e representar a sua cidade Muriaé, em Minas Gerais, no dia 16 de maio.
“Várias pessoas votaram em mim, a Prefeitura me indicou também, foram várias indicações. Eu achei muito interessante, pois já tinha carregado a tocha dos jogos estaduais da cidade. Vou reviver isso na minha vida, mas em uma proporção muito maior. É uma realização, fiquei muito feliz de ser chamada da cidade inteira. Só lá na hora mesmo é que vou conseguir explicar essa emoção.”
Poliana Botelho encerrou aconselhando aos jovens a acreditarem nos seus sonhos, e que as dificuldades sempre vão surgir, mas que isso deve dar mais força para continuar. “Não desistam nas dificuldades, porque elas vão dar o tijolinho para cada degrau que você vai subir.”