O prazo de arrendamento pelos norte-americanos das suas maiores bases militares no exterior, localizadas na ilha britânica de Diego Garcia, expira no ano corrente. O cientista político e militar russo Andrei Koshkin partilhou com a Sputnik a sua opinião de que o Pentágono continuará usando a base.
A ilha, que faz parte do arquipélago de Chagos, no oceano Índio, não é habitada, os seus habitantes foram expulsos para ilhas Seicheles e Maurícia.
O acontecimento teve lugar em 1966, quando os EUA e Grã-Bretanha assinaram o acordo, segundo o qual o Pentágono obteve o direito de usar o arquipélago durante 50 anos, com a possibilidade de prorrogar o acordo por outros 20 anos.
Enquanto isso, oficialmente os EUA nunca pagaram a renda. Algum tempo após o acordo entre os dois países ter sido atingido, apareceu a informação de que Londres teria cedido a ilha em troca de um desconto de 14 milhões de dólares no negócio de compra, pela parte britânica, de mísseis balísticos de baseamento submarino Polaris.
O especialista russo Andrei Koshkin, que chefia a cátedra de ciência política e sociológica na Universidade Russa de Economia Plekhanov, opinou à Sputnik que a base na ilha de Diego Garcia é estratégica para os EUA e que nela foi investido um enorme montante de dinheiro.
"Esta é uma das maiores bases fora dos EUA. Ela controle a direção da África e Ásia, o Oriente Médio. A partir dela, a aviação estratégica realizou ataques contra alvos no Afeganistão e Iraque. Esta é uma base militar naval fortíssima. Mais do que isso, a CIA [Agência de Inteligência dos EUA] também preparou lá uma prisão semelhante à de Guantánamo," disse.
Koshkin notou também que na construção da base participaram só americanos, mas a estrutura militar é usada por britânicos, franceses e australianos. De acordo com ele, é impossível que os Estados Unidos deixem a base.
"Parece-me que a questão da prorrogação nos finais de 2016 não será um problema, e em seguida, nos próximos 20 anos, será realizada uma série de medidas por parte dos EUA, que a Grã-Bretanha não poderá recusar, e a ilha continuará nas mãos do Pentágono", concluiu.
Koshin comentou esta parte da situação também à Sputnik, dizendo que os militares britânicos e americanos criarão todos os obstáculos possíveis para evitar o retorno de habitantes para a ilha, ou melhor, os descendentes daqueles que foram expulsos.