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Cuidado com o bolso: Taxa de juros é a maior dos últimos cinco anos

© Marcos Santos/USP ImagensBC eleva juros
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Nos dias atuais, todo cuidado com portas de financeiras e bancos. O conselho também vale para cartão de crédito e cheque especial. Pesquisa realizada pelo Banco Central revela que os juros bancários, tanto para pessoas físicas, quanto para empresas, estão no maior patamar em cinco anos.

Em março, segundo a autoridade monetária, a taxa média é a mais alta dos últimos cinco anos, atingindo 50,9% ao ano. Em uma época onde o índice de desemprego superou os 10% e a economia encolheu 3,8%, prudência é a palavra de ordem. Qualquer descontrole nos gastos pode levar à inadimplência – atrasos no pagamento a partir de 90 dias –, que já representa 5,6% do total de operações. Os atrasos de pessoas físicas somaram 6,2% em março, enquanto o das empresas atingiu 4,9%.

Ao menor sinal de descontrole, o melhor é tentar renegociar com o gerente, antes que a dívida entre no ritmo de bola de neve, inviabilizando, chances de quitação no médio prazo. Para o correntista comum os juros podem ir a 69,2% ao ano, enquanto para empresas se situam em 31,9%.

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Bancos e financeiras se defendem, alegando que o aumento da inadimplência os obriga a serem mais cautelosos na liberação de crédito e, por conta dos que não pagam ou pagam em atraso, o cliente comum acaba sendo prejudicado pela cobrança de juros maiores. Seja como for, os recursos vêm diminuindo. Em março, por exemplo, o total de volume de crédito liberado para recursos livres (incluindo pessoas física e jurídica) atingiu R$ 3,1 bilhões, um recuo de 0,7% sobre fevereiro deste ano. 

Embora nunca percam dinheiro, a crise na economia também está afetando o lucro dos bancos. Dois dos maiores no varejo brasileiro reportaram perdas no primeiro trimestre deste ano em relação a igual período de 2015. O lucro do Itaú recuou 9,9% para R$ 5,8 bilhões, e o do Bradesco baixou 3,8% para R$ 4,3 bilhões. E isso levando em conta o aumento do chamado spread bancário, ou seja, a diferença entre o que o banco para ao correntista, por um CDB, por exemplo, do que ele cobra em qualquer operação financeira. 

O spread é composto pela soma de lucro das instituições, pelo índice de inadimplência, custos administrativos, depósitos compulsórios (mantidos no Banco Central) e pelos tributos cobrados pelo governo federal, entre outros. Em fevereiro, o spread cobrado das pessoas físicas se situava em 52,6 pontos percentuais, mas em março ele subiu para 55 pontos.

Como diziam nossas avós: em tempos de crise, prudência e água benta nunca são demais. O mesmo vale para a reflexão antes de tirar o cartão de crédito da carteira ou preencher aquela folhinha de cheque.

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