Entretanto, Washington não deve ter nenhumas ilusões quanto aos interesses estratégicos da Rússia: Moscou tem o direito de os ter e vai ser firme na sua defesa, segundo o especialista chinês em política externa Yuan Zheng, do Instituto de Estudos Americanos (IAS, na sigla inglesa) da Academia Chinesa de Ciências Sociais.
A série de incidentes entre a Rússia e os EUA mostra que a Rússia prossegue os seus próprios interesses estratégicos e que o Mar Báltico é uma área importante para o seu desenvolvimento futuro, disse Yuan Zheng.
“Com uma série de ações [no Mar Báltico] a Rússia tem enviado o sinal forte e claro que vai permanecer firme defendendo os seus interesses nacionais e o seu território estratégico”, escreve o site People’s Daily, citando Yuan Zheng.
Mas Yuan Zheng adicionou que provavelmente não iremos ver um consenso no futuro próximo. As atividades provocativas de ambas as partes no Mar Báltico podem levar a relações ainda mais tensas, avisou ele.
Numa análise da política americana, o académico notou que “os esforços desajeitados” de Washington de obter a supremacia criaram muitos problemas em todo o mundo.
“O mundo não se juntou à volta dos EUA como seu líder global incontestável. Então é tempo de reconhecer que a influência dos EUA tem diminuído e tem limites, e que outros países também têm os seus interesses estratégicos”, escreve ele no seu artigo no Daily Times.
Segundo o especialista chinês, a “vitória” dos EUA na Guerra Fria criou novos problemas, pois os americanos não só consideraram isto como uma prova do seu domínio político e estratégico, mas também como a manifestação da superioridade do sistema democrático e do capitalismo de mercado.
Em resultado, “a América está envolvida em conflitos há mais de 25 anos, tendo iniciado nove campanhas militares, incluindo as duas guerras mais longas na história” no Iraque e Afeganistão, que mergulharam a região em um pesadelo sem fim. É tempo de mudar isto, diz o autor em conclusão.