A história ou a pré-história do impeachment da presidente atual Dilma Rousseff começou ainda antes da sua reeleição como presidente do Brasil em 26 de outubro de 2014. Em junho de 2013, o Brasil saiu às ruas em protesto contra os gastos com a construção das instalações da Copa do Mundo e exigindo baixar tarifas de transporte público, entre outras reivindicações.
Mais de um ano depois, Dilma venceu as presidenciais em segundo turno com uma margem mínima de um pouco mais que 3%. Pouco depois da apuração dos resultados, os apoiantes do seu rival, Aécio Neves, gritaram “impeachment” nas ruas de São Paulo.
Em março de 2015, cerca de 2 milhões de pessoas saíram às ruas em protesto contra o governo Dilma e a corrupção. Os protestos reiniciaram em abril e depois, em junho, no meio de uma difícil conjuntura econômica no país.
Em 2 de dezembro o presidente da Câmara dos Deputados do Brasil, Eduardo Cunha, autorizou oficialmente o início de processo de impeachment contra Dilma.
Em 8 de dezembro foi realizada uma votação secreta que elegeu uma comissão especial para estudar o processo de impeachment. Entretanto, o Supremo Tribunal Federal (STF) anulou a comissão de caráter anti-Dilma e deliberou que o Senado deveria ter mais papel no processo. O problema foi que Cunha elaborou novas regras de eleger a comissão usando uma chapa alternativa composta por deputados de oposição para assegurar que o impeachment de Dilma fosse levado ao fim. Em resultado de decisão do STF, foi criada uma comissão de 65 deputados, onde adversários e os apoiantes do impeachment estão em equilíbrio. Rogério Rosso foi eleito presidente da comissão e Jovair Arantes foi eleito como relator.
Em 5 de maio Eduardo Cunha foi afastado do cargo por ser alvo da 22ª fase da operação Lava Jato e réu na investigação. O presidente interino da Câmara tornou-se Waldir Maranhão e este, em 9 de maio, anulou os resultados das sessões da Câmara nas quais foi tomada a decisão sobre a continuação do processo de impeachment. No mesmo dia, o STF rejeitou o pedido de anular a decisão de Maranhão sobre a anulação da votação. Após discussões violentas no Senado e na Câmara, Maranhão acabou por recuar na sua decisão sobre a anulação do processo.
Confira como é o processo do impeachment no Senado e o que acontece a seguir, dependendo do resultado da votação: pic.twitter.com/2OWpDH2XEd
— Senado Federal (@SenadoFederal) 11 de maio de 2016
Há que notar que a presidente terá o direito de renunciar antes de ser condenada no Congresso. Isso dará à presidente a possibilidade de não perder por 8 anos a capacidade de desempenhar qualquer função pública. Entretanto, a renúncia de Fernando Collor de Mello em 1992 antes de condenação no Senado não deu certo e o STF manteve-o inelegível, declarando que a renúncia na última hora não pode ser considerada.
Assim, mesmo que o Senado instaure o processo de impeachment no fim da sessão de hoje, isso não será a decisão final e a presidente ainda poderá reassumir o seu cargo.