Ocorreu em Berlim esta quarta (11) a reunião dos chanceleres do Quarteto da Normândia (Rússia, França, Alemanhã e Ucrânia). Ao comentarem os resultados do encontro as partes reconheceram a falta de avanços nos aspetos políticos da resolução do conflito, em primeiro lugar, no que diz respeito as eleições na região de Donbass. Chefes de diplomacias da Ucrânia Pavel Klimkin disse que tem desistido da proposta do seu homólogo russo sobre o assunto, inclusive sobre a legislação eleitoral.
"…Também não vejo perspectivas [no que diz respeito às questões de segurança acordadas pelos ministros do quarteto]", comentou Deinego.
“A Ucrânia mantem postura muito agressiva,” acrescentou. “Continua ocupando a zona cinza, tenta aproximar suas tropas e armamentos à linha de contato para prejudicar a situação. Dizem à Europa que em primeiro lugar estão determinados de resolver o problema de segurança, porém estão sabotando a situação”, disse o representante.
Em abril de 2014, Kiev iniciou uma operação militar nas províncias de Donetsk e Lugansk para apagar os focos de insatisfação com a mudança violenta de poder no país, ocorrida em fevereiro do mesmo ano. As hostilidades deixaram mais de nove mil mortos e 20.700 feridos, segundo números da ONU.
O último documento – de 12 de fevereiro de 2015 – prevê um cessar-fogo total no leste da Ucrânia, a retirada de armas pesadas da linha de contato e criação de uma zona de segurança, assim como uma reforma constitucional com a entrada em vigor até o final do ano de 2015 de uma nova Constituição (o que não se deu ainda em 2016). Esta deve ter a descentralização como elemento-chave (tendo em conta as particularidades das regiões de Donetsk e Lugansk, acordadas com os representantes destas áreas), devendo também ser aprovada legislação sobre o estatuto especial de Donetsk e Lugansk.
Os dois lados não conseguiram cumprir os acordos até o final de 2015, conforme estava previsto inicialmente. Então, o prazo de realização dos acordos foi prolongado para 2016.