Zguladze deixou o governo por seu próprio pedido, informou o ministro do Interior Arsen Avakov no seu perfil do Twitter. Desde que o novo governo ucraniano foi formado em abril, a quantidade dos ministros expatriados diminuiu.
No seu artigo para Wall Street Journal, Poroshenko explicou que a Ucrânia precisa expatriados para implementar as reformas e compartilhar a sua experiência.
Na época, o gabinete incluiu três estrangeiros, como ministros e vários outros expatriados como vice-ministros e membros de conselhos consultivos. Um deles, Mikheil Saakashvili, foi nomeado governador de Odessa.
Em uma entrevista com Ukrainskaya Pravda (revista ucraniana), Abromavicius disse que a colheita de reforma e de reestruturação tinha começado no seu Ministério. No entanto, em fevereiro, ele disse que a equipe de Poroshenko criava obstáculos às reformas. Logo depois, Abromavicius se demitiu.
"Eu e a minha equipe não queremos servir como encobrimento de corrupção ou como fantoches para aqueles que querem ter controle sobre o dinheiro público", disse ele.
Em julho de 2015, Aleksandr Kvitashvili também se demitiu. Anteriormente, ele trabalhou com Saakashvili, no governo da Geórgia. Kvitashvili disse que os políticos ucranianos foram contra reformas e este fato o obrigou a abandonar o governo.
Kvitashvili, Abromavicius e Jaresko abandonaram o governo em abril logo depois da demissão de Yatsenyuk.
Em 2015, David Sakvarelidze, que exercia o cargo de procurador na Geórgia, foi nomeado vice-procurador-geral, bem como o procurador da região de Odessa. Em março de 2016, ele foi demitido pelo procurador-geral Viktor Shokin. Sakvarelidze acusou Shokin na obstrução de reformas.
Em maio, a nova lei do serviço público entrou em vigor na Ucrânia. A nova lei proíbe às pessoas com dupla cidadania ocupar cargos públicos. Pouco depois, Maria Gaidar, cidadã da Rússia, renunciou ao cargo de ajudante de Saakashvili. Gaidar foi escolhida para o cargo de assessor de governador de Odessa em julho de 2015. Em janeiro de 2016, ela se tornou vice-governadora de Odessa para os problemas sociais.
Não seria correto dizer que não há lugar para os expatriados no governo ucraniano mas sempre houve a tendência para mais ucranianos no gabinete, disse o analista ucraniano Vladimir Fesenko ao RBC.
"Os especialistas estrangeiros não têm influencia significativa sobre as reformas na Ucrânia, mas eles podem as realizar, ademais eles poderiam assumir responsabilidades dos políticos ucranianos. Agora os expatriados podem ser acusados de fracassos e de implementar medidas pouco populares", considera o analista politico Anatoly Oktysyuk.