O tema, sempre em voga, ganha atenção e participação especial este ano, após a onda de casos de corrupção tornados públicos com operações como a Lava Jato que investiga operações ilícitas entre empresas privadas e esferas de governo via contribuições partidárias, evasão de divisas, caixa 2, entre outras.
Para a professora da Escola Superior de Propaganda e Marketing de São Paulo (ESPM-SP) Denilde Holzhacker, a realização de debates como este que acontece na capital paulista é importante não só para empresas e consumidores, como para o próprio país.
“E não só para o Brasil. É uma preocupação cada vez da sociedade hoje saber como as empresas seguem parâmetros de responsabilidade social, em transparência, compras, relações com os governos, mas também com o meio ambiente e no respeito aos direitos humanos.”
“O fato é que há pressão maior para que as empresas tenham mais transparência e também porque o Brasil assinou acordos internacionais e isso resultou em ações mais efetivas dos órgãos de fiscalização dos governos. As investigações também estão indo até o limite com a prisão de executivos, a aplicação de grandes multas para as empresas ressarcirem o dinheiro público.”
Denilde vê no aumento de denúncias e investigações um somatório de vários fatores desde mudança cultural, passando pela pressão internacional, por um papel mais ativo do Judiciário e por mudanças de políticas internas nas corporações que têm levado a mudanças nesse perfil.
“O discurso no meio empresarial tem sido o de adotar políticas cada vez mais éticas. O país tem que mudar, e as relações entre empresas e governos têm que ser as mais transparentes possíveis. Temos que torcer para que esse seja um processo que continue e seja ampliado também para outras áreas, como a ambiental, por exemplo.”