A entrega do navio, que tem formas exteriores totalmente diferentes do habitual e até esquisitas, de acordo com canal da televisão estadunidense ABC, ocorrerá na cidade de Bath, estado de Maine na costa atlântica dos EUA, de onde procederá ao porto de registro, que será San Diego, já no Pacífico.
O preço gigantesco do navio stealth reduziu a demanda inicial da Marinha do país destes destróiers de umas dezenas para somente três unidades. Pois é, custam US$ 4,4 bi.
Ex-militares e especialistas da Marinha, que já tiveram possibilidade de conhecer as características do "navio invisível", comentaram ao Sputnik esta nova pérola de US Navy, que ultrapassou 50 vezes o valor do caça F-35, também considerado acima de razoável.
"Os americanos dizem que o Zumwalt é o melhor navio de guerra na história, porém estão exagerando. Realmente representa interesse de ponto de vista de know-how avançados, se os examinarmos separadamente: sistema de propulsão, tipos de armas, sistemas de controle e navegação. São tecnologias mesmo avançadas. Mas, colocar tudo isso junto num navio não faz deste uma arma assim tão perigosa. Temos um supercomputador flutuante armado com mísseis, que, a propósito, não são os mais avançados. Outros destróiers americanos têm armas do mesmo tipo. Este barco não ameaça o equilíbrio das forças no mar", disse capitão-de-mar-e-guerra aposentado Mikhail Lukanin.
Outro analista militar, o redator-chefe adjunto da revista Arsenal da Pátria Dmitry Drozdenko disse ao Sputnik, que a utilidade do navio pode ser questionada.
"Tecnologia stealth tem certa eficiência, mas não é uma panaceia e não garante a invisibilidade absoluta. Por exemplo, o avião F-111, que também tem uma forma esquisita, mas voava mal. Acabaram por desistir do programa. Quanto a este destróier, cujo protótipo estreou no Amanhã nunca Morre sobre James Bond, agente secreto britânico de Mi-6, é uma cristalização das tecnologias mais avançadas existentes. O barco pode ser até bom demais, mas será que é realmente preciso?"
O analista mencionou ainda outro projeto militar estadunidense, que é o caça-bombardeiro de quinta geração F-35 Lockheed Martin, que já custou mais de 1 trilhão de dólares de investimentos e mais de 10 anos de provas de voo, entretanto, até hoje permanecem várias deficiências críticas. Na opinião dele, o destróier Zumwalt pode repetir a história triste do F-35.
"O Zumwalt – é uma coisa caríssima! E, como todas as últimas inovações americana, tem um preço exagerado. Não é invulnerável, não é completamente invisível, mas é muito rentável para o Pentágono, pois existe o fator da corrupção aqui também. Mas o orçamento deles é também limitado. Acho que o navio é caro demais até mesmo para eles. A mesma coisa aconteceu com o F-35, quando o preço planejado inicialmente aumentou muito. Este foi o motivo da redução de número de destróiers encomendados. O projeto é antigo, só que não mostrou bastante eficiência ao longo dos anos. Não foi por acaso que mencionei o filme sobre James Bond, o projeto é dos anos 90 [do século XX]."
De acordo com avaliações de especialistas, pelo preço de 4,4 bi de dólares a Marinha poderia comprar já um porta-aviões, que tem muito mais importância. Com este dinheiro poderiam construir três destróiers tipo Arleigh Burke, que até trazem mais armas: o Zumwalt tem 80 lançadores de mísseis e o Arleigh Burke tem 96. Além disso, as tecnologias stealth são comuns hoje. Até navios russos de arqueação pequena têm.
"O Zumwalt é superfaturado", concluem os analistas.