O jornal fez a suposição após dois dias de conversações entre os chanceleres e chefes dos maiores países da OTAN. A reunião se deu em Bruxelas entre 19 e 20 de maio.
Durante as conversações, os representantes da França e da Alemanha apelaram para a reaproximação com Moscou e a realização de uma reunião do Conselho Rússia-OTAN durante a cúpula de julho, em Varsóvia. Outros membros da OTAN estavam céticos quanto à ideia.
Por exemplo, um diplomata da Europa de Leste disse ao Financial Times que as conversações com a Rússia não se destinavam a acalmar Moscou, mas para "tranquilizar as pessoas, em Bruxelas, as pessoas que se preocupam muito com irritante [Vladimir] Putin ".
A "guerra de palavras" entre a Rússia e a OTAN fica cada vez mais "preocupante e belicosa", diz o artigo.
A OTAN planeja uma grande escalada militar no seu flanco oriental, e Moscou se comprometeu a responder. No início desta semana, o general britânico Richard Shirreff alertou para a perspectiva de uma guerra total com a Rússia dentro de um ano.
Isto provocou um "baque na consciência no seio da OTAN", havendo necessidade de acalmar as tensões.
O ministro do Exterior britânico, Philip Hammond, criticou duramente o general por sua conduta perturbadora e uso de linguagem irresponsável.
"É descontroladamente especulativo e exaltado e devo dizer que, do meu ponto de vista, parece que está relacionado com maximizar a publicidade", disse Hammond ao Financial Times.
Por sua vez, o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, disse que a aliança está tentando evitar "mal-entendidos, más interpretações e erros de cálculo" a fim de se certificar de que "as coisas não estão fora de controle".
A OTAN afirmou muitas vezes que a Rússia é uma ameaça, justificando assim a sua presença militar na Europa de Leste. A aliança pretende implantar quatro ou cinco batalhões no Báltico e na Polónia. A decisão deverá ser tomada na Cúpula de Varsóvia. Moscou disse que a Rússia não está interessada em um confronto, mas está pronta para dar uma resposta adequada à estratégia da OTAN.