"O objetivo de Putin é promover a desintegração da União Europeia", proclamou George Soros no início deste ano.
Tudo se resume a visão da Rússia sobre a segurança nacional, escreveu Mary Dejevsky no Financial Times. Na sua opinião, Moscou tem a certeza de que a estabilidade regional é um dos elementos-chave que ajudam a manter a Rússia segura.
"A prioridade absoluta para o Kremlin tem sido a segurança da Rússia, e a estabilidade regional é vista como uma condição para isso", observa ela.
Muitos russos se lembram como o colapso da União Soviética e a dissolução da Jugoslávia alteraram a paisagem social e política na Eurásia, cortando os laços existentes durante décadas e jogando algumas regiões do antigo espaço soviético no caos. É altamente improvável que a Rússia queira novamente experimentar a instabilidade política daqueles anos.
Além disso, há preocupações mais práticas.
"Em termos práticos, a Rússia aprecia a solidez da União Europeia e a conveniência de lidar com uma área de comércio consolidada. Moscou foi seriamente abalada quando a moeda única parecia estar em risco — ao ponto de oferecer apoio financeiro ao Banco Central Europeu. Ela viu o colapso do euro como uma ameaça também para a Rússia", explica ela.
Esta união oriental "deveria ser um parceiro para a UE, não um concorrente", observa Mary Dejevsky.
Dado que a Rússia não quer que a UE se desmorone, o mais provável é que Moscou se oponha a tudo o que possa abalar os fundamentos da União Europeia, incluindo o Brexit.