Os senadores, no entanto, só podem decidir o calendário, após decisão do Ministro do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski sobre os prazos para as alegações finais da acusação e da defesa. A senadora Simone Tebet (PMDB-MS) defende prazo de cinco dias para as partes conforme o prevê o novo Código de Processo Penal. Já o relator da Comissão senador Antonio Anastasia, que sugeriu 15 dias para cada um. Com a alteração, o processo seria reduzido em 20 dias. Os aliados do governo interino de Temer são a favor de antecipar o julgamento de agosto para julho.
A proposta de Simone Tebet gerou protestos de parlamentares contrários ao impeachment de Dilma Rousseff e o cronograma ficou sem decisão. Diante do impasse, o presidente da comissão, Raimundo Lira (PMDB-PB), levou a questão ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski. O recurso ao ministro do STF sobre esse mesmo tema também foi pedido pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
Ao conversar com a imprensa, o senador Linbergh Farias (PT-RJ) disse que espera que o prazo dado inicialmente pelo relator seja mantido, para assim não atrapalhar a defesa da Presidenta afastada Dilma Rousseff.
“Eu espero que prevaleça o bom senso, para que possamos voltar a trabalhar com aquele outro cronograma apresentado pelo senador Anastasia. E tem mais uma coisa, aquilo é um cronograma de estimativa. Na verdade, você tem que fazer todo o processo, não tem data para acabar.”
O senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) ressalta que a questão é de difícil resolução, pois se trata de queda de braço entre oposição e pró impeachment.
“De um lado aqueles que querem garantir o direito de defesa, o amplo contraditório, e consequentemente o final do julgamento, e de outro lado aqueles que estarão fazendo incidentes processuais para evitar que o julgamento se conclua no prazo de 180 dias, o que ensejaria ao retorno da Presidenta Dilma ao mandato.”
Lewandowski também vai ter que decidir sobre outras consultas, como por exemplo, se a votação dos requerimentos dos integrantes do colegiado deve ser de um a um ou em bloco. Outro recurso, apresentado pelo senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), pede que o julgamento da presidente afastada se resuma em dois fatos: os quatro decretos, em bloco, e as chamadas "pedaladas fiscais". Já a defesa de Dilma quer que sejam cinco fatos.