A decisão foi anunciada em resposta à edição estadunidense International Business Times, que apresentou o pedido de abertura do conteúdo das correspondências entre o gabinete da então chanceler dos EUA e o representante comercial dos Estados Unidos. O pedido, submetido ainda em julho do ano passado, especificava que seria de interesse público especial a revelação das conversas sobre o TPP.
A incoerência da presidenciável democrata quanto às negociações comerciais se repercutiu na campanha eleitoral: ela tem promovido várias vezes o acordo como Secretária de Estado, porém, em 2015, ela disse que "não trabalhou no TPP", mesmo tendo alguns cabogramas vazados da chancelaria provado que esta entidade governamental esteve envolvida na discussão diplomática do negócio. Criticada pelo seu rival nas primárias do partido democrático Bernie Sanders, Hillary disse, em outubro passado, que não apoia mais o acordo, e que nem o apoiava definitivamente desde o início das negociações.
Se o pedido for atendido nos últimos dias de novembro próximo, como a chancelaria está prometendo, os diplomatas demorariam 489 dias a comunicar a resposta. De acordo com as estatísticas, para responder a pedidos simples, a Secretaria de Estado precisa de uns 111 dias. Já os casos considerados complicados podem demorar muitos anos.
"Acredito que tem mais ineficiência e incompetência de que dolo no assunto. De qualquer jeito é um erro grave não revelar os documentos ao público antes das eleições", dizem. "A inadimplência deles prejudica o processo democrático inteiro", criticam.
De acordo com os comentários de especialistas do Arquivo Nacional, a situação revela um problema caraterístico da agência.