Parlamentar comemora decisão do STF de abrir inquérito contra Aécio, Paes e senador
As acusações foram feitas durante delação premiada do senador cassado Delcídio do Amaral (sem partido MT) que, em 2005, era presidente da CPI dos Correios que identificou algumas maquiagens e dados comprometedores enviados pelo Banco Rural. As informações prejudicariam Aécio, Andrade, a Assembleia Legislativa de Minas e o publicitário Marcus Valério, pivô do mensalão, entre outros.
Segundo Delcídio,os dados do Rural estariam sendo maquiados, conforme relatos de Eduardo Paes, embora esse fato não constasse do relatório final da comissão. Segundo Delcídio, Aécio enviara emissários, entre eles Paes, a fim de tentar prorrogar os prazos para a entrega das quebras de sigilo. Ainda conforme o senador cassado, Aécio também seria beneficiário de uma fundação, da qual seria dono ou controlador de fato, situada em Liechtenstein, um conhecido paraíso fiscal europeu.
A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) comemora a decisão do STF, mas acha que ela poderia ter vindo mais cedo.
"Na verdade, como diz o povo: demorou! Essa questão do mensalão mineiro, por onde de fato o mensalão começou, nunca foi de fato apurada, nem por Eduardo Azeredo (governador de Minas), nem por nenhum outro."
Segundo a parlamentar, o ministro Gilmar Mendes tentou, por um bom tempo, proteger os membros e líderes do PSDB.
"O fato dele ter, inicialmente, sustado a investigação sobre Furnas (onde Aécio era acusado de desvio de recursos) e agora ter tomado essa decisão é sinal de que a pressão política que vem da rua não está aceitando mais esse tipo de parcialidade de ministros do Supremo Tribunal Federal que funcionam mais como ativistas do que magistrados que deveriam estar isentos do ativismo militante político como faz o ministro Gilmar Mendes. Essa decisão começa a colocar dentro da apuração quem deve estar na apuração, principalmente Aécio Neves. Isso vai mitigando um pouquinho a seletividade que estava existindo antes em relação ao PT e a outros que militam nos governos Lula e Dilma."
Jandira diz que hoje se vai explicitando para a sociedade que existem mais coisas no céu do que aviões de carreira.
"As pessoas posam de moralistas, de éticas. Obviamente não era a questão da corrupção que estava por trás desse golpe travestido de impeachment. É um problema de agenda, de paralisação de investigação, da agenda que foi derrotada nas urnas e que querem implantar vinculada com interesses que não são apenas nacionais, e a sociedade vai enxergando isso. Aumentar a consciência democrática do povo e sua consciência política é um processo doloroso, mas há que se tirar um aprendizado e um legado disso tudo."