A pesquisa, realizada com 2.002 pessoas em 137 municípios, entre os dias 2 e 5 de junho, também avaliou a percepção do Governo do presidente interino Michel Temer pela população. Para 11,3% dos entrevistados, a avaliação é positiva, e para 28%, negativa. O desempenho pessoal do presidente foi aprovado por 33,8% dos entrevistados e desaprovado por 40,4%. Não souberam opinar 25,8% dos consultados.
Em comparação com o Governo da presidente afastada Dilma Rousseff, 20,1% dos entrevistados consideram melhor o Governo de Michel Temer. Para 54,8%, as duas administrações se equivalem. Já 14,9% entendem que o Brasil de Temer é pior do que o de Dilma, e que as mudanças feitas pelo novo Governo pioraram as condições do país.
O cientista político Augusto Cattoni, pesquisador do Instituto Atlântico, comentou os resultados desta pesquisa para a Sputnik Brasil. Em relação à proposta de eleição presidencial extraordinária, Cattoni observa:
“Eu entendo que só mesmo uma eleição presidencial direta poderá resolver esta grave crise política do Brasil. Entretanto, considero arriscado antecipar para este ano a eleição, uma vez que ela poderá comprometer a economia nacional, que está começando a entrar nos trilhos. Uma eleição presidencial este ano poderá criar ainda mais instabilidade do que a própria instabilidade ora vivida pelo Brasil.”
Sobre os resultados da pesquisa em torno do desempenho dos Presidentes Michel Temer e Dilma Rousseff, o especialista Augusto Cattoni diz não estar surpreso:
“Por que esta pesquisa não me surpreende? Porque Michel Temer chegou à Presidência da República sem ser conhecido pela população. Grande parte da população não sabe quem é Michel Temer, o que ele fez antes de se tornar presidente, de onde ele veio. Sabe, unicamente, que Temer era um deputado em Brasília e que foi eleito junto com Dilma. Penso que esta falta de informação é a chave da rejeição a ele. As pessoas mais instruídas, em geral, apoiam o Temer. Mas o grande paradoxo, dentro deste complexo Brasil atual, é que grande parte da população, creio que 70%, não quer a Dilma de volta à Presidência da República. Por isto, ocorre este desejo de que haja uma eleição presidencial este ano como o menor dos males.”