Em coletiva para correspondentes da mídia estrangeira, o ministro da Saúde, Ricardo Barros fez questão de explicar que conforme estudos divulgados pela Universidade de Cambridge, a expectativa é de menos de um caso de infecção entre os 500 mil turistas que devem chegar ao Brasil para as Olimpíadas. O Secretário ainda comparou a possibilidade de contaminação pelo Zika vírus com a ameaça que houve com a dengue na Copa do Mundo de 2014.
“Nós fazemos uma comparação com o que aconteceu na Copa do Mundo em relação à dengue. Havia uma grande expectativa, uma preocupação e na prática se verificou que apenas três dos 1,4 milhão turistas foram infectados com dengue. A estimativa da Universidade de Cambridge é de que apenas menos de um dos 500 mil dos turistas estrangeiros que vem as Olimpíadas possa ser contaminado com Zika.”
Outra garantia dada por Ricardo Barros para tranquilizar a imprensa internacional e os turistas foi a questão das condições climáticas a partir de agosto, durante o período dos Jogos Rio 2016, que não será favorável para a proliferação do Aedes aegypti, mosquito responsável pela transmissão da dengue, Chikungunya e o vírus Zika.
Conforme estudos das Fundações Oswaldo Cruz e Getúlio Vargas apontam que quando a temperatura varia entre 22º e 24º graus a capacidade de transmissão das doenças fica reduzida, e durante os Jogos no Rio os termômetros deverão registrar em média de 19º a 23º graus.
“Nós estaremos numa das regiões de menor circulação do vírus. Nos outros países todos em que ele existe, muitos estarão em temporada de verão, com alta proliferação do vírus, por exemplo, a região toda do Caribe onde há uma circulação de milhares de turistas, ela tem a possibilidade muito maior de alguém adquirir o vírus lá do que aqui durante o inverno no Rio de Janeiro.”
Ricardo Barros garantiu para os jornalistas estrangeiros, que não há nenhum motivo para que os Jogos Olímpicos sejam cancelados por conta do Zika vírus, e espera que os atletas que tinham desistido de participar do evento por conta da doença, mudem de ideia.
“Não há nenhuma possibilidade de adiar a Olimpíada. Nós já estivemos na Organização Mundial de Saúde, no Comitê Olímpico Internacional, apresentamos todas as medidas, que o Brasil tomou, e eles já manifestaram suas notas de apoio à realização do evento. Não há nenhuma base científica para esta proposta. Não há nenhum fundamento para isso. Nós esperamos que as informações que disponibilizamos aqui e que estão no site da Saúde, permitam que todos possam com segurança decidir vir ao Brasil, especialmente aqueles atletas que estavam em dúvida e a partir dessa informação eu espero que eles revejam a sua posição e venham todos para a competição.”
Segundo o Ministério da Saúde, o pico de maior incidência de notificações do Zika vírus foi registrado na terceira semana de fevereiro, com 16.059 casos. Na primeira semana de maio, os registros caíram para 2.053. O mesmo ocorreu nas cidades onde haverá os jogos. Dados do Ministério da Saúde apontam, por exemplo, que o município do Rio de Janeiro teve o maior registro de casos na terceira semana de fevereiro, com 2.116 casos. Nas semanas seguintes, os dados caíram, chegando a 208 casos notificados em maio, o que representa uma redução de 90%.
Durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos, o Ministério da Saúde informou que haverá no Rio de Janeiro um reforço de 2,5 mil profissionais da área da saúde, e todos os atletas terão disponíveis repelentes, roupas específicas e os materiais necessários sob a responsabilidade do Comitê Olímpico.