"Sem dúvida, é impossível imaginar que a Aliança possa realizar uma intervenção militar [na Ucrânia]. Tal decisão, sem dúvida, traria mais mal que bem", disse Pavel discursando na Universidade Carolina de Praga, apresentando o relatório sobre o futuro da OTAN.
Avaliando a situação na Ucrânia, ele disse que, em termos de segurança, ela está piorando, o número de violações dos acordos de cessar-fogo está aumentando cada vez mais.
Ao mesmo tempo, Pavel sublinhou que os Acordos de Minsk foram aceites "sob a pressão do tempo e da situação" e não são perfeitos. Na sua opinião, falta coerência. Pavel afirmou que a OTAN continuará prestando apoio à Ucrânia sob forma de material não letal, treinamento de militares e apoio financeiro.
Segundo Pavel, o orçamento militar dos países-membros da OTAN não corresponde à situação difícil atual na área de segurança.
"A OTAN não tem por objetivo criar no leste uma barreira militar contra uma agressão de grande escala da Rússia, porque tal agressão não está na agenda e vários tipos de dados de inteligência não confirmam algo assim", disse Pavel na entrevista coletiva depois das negociações no Estado-Maior da República Tcheca.
Segundo Pavel, tais ações não correspondem nem ao acordo atual entre a OTAN e a Rússia, nem aos princípios da Aliança.
A OTAN tem justificado o aumento de seus gastos e da sua presença militar na Europa Oriental com a suposta crescente ameaça por parte da Rússia. Kremlin, no entanto, acusa a Aliança de utilizar esse falso pretexto para justificar sua expansão na Europa. Na semana passada, o ministro russo das Relações Exteriores Sergei Lavrov declarou que a OTAN sabe perfeitamente que a Rússia jamais atacaria qualquer país da Aliança.