A resposta russa se manteve em grande parte no nível de "pré-crise", escreveu o analista para o site de notícias Lenta.ru. A crise, neste caso, se referindo às tensões entre Moscou e o Ocidente provocadas pela eclosão da guerra civil ucraniana e pela reunificação da Crimeia com a Rússia.
As movimentações da Rússia nos últimos dois anos "mostram claramente" quais são as prioridades do país. Moscou tem estado focada em áreas do sul e sudeste – no caso de se acender um conflito na Ucrânia, no Cáucaso ou na Ásia Central. Para não mencionar que a Rússia realiza missões de combate na Síria.
"Neste contexto, o impasse com a OTAN é visto como uma dor de cabeça que exige esforços extremamente caros e demorados que retiram recursos às tarefas prioritárias", observou o analista.
No total, 10 mil soldados participam no Saber Strike 2016, dirigido pelos EUA, enquanto o Anakonda polonês envolveu mais de 25 mil militares de 24 Estados.
Na opinião de Kramnik, os exercícios militares da OTAN no Báltico "não criam novas ameaças" a Moscou. No entanto, a estratégia global do bloco, incluindo sua decisão mais recente de enviar tropas adicionais para perto das fronteiras russas, " nada faz para promover a segurança na região".
A OTAN planeja instalar rotativamente quatro batalhões multinacionais na Lituânia, Letônia, Estônia e Polônia. O Reino Unido, responsável por equipar um batalhão quadro, quer enviar sua força no início de 2017.
Kramnik discorda. Em sua opinião, a movimentação da OTAN não está ligada a quaisquer preocupações reais de segurança da região.
"Os Estados Bálticos e a Polônia querem preservar uma imagem da Rússia como de um inimigo", explicou o analista.
Na semana passada, o ministro do Exterior da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, advertiu que os exercícios de guerra do bloco são prejudiciais para a segurança regional e para as relações com Rússia.