O assunto foi abordado em entrevista ao jornal russo Izvestia por Olga Zharova, porta-voz do instituto de pesquisas e construção espaciais TsNIIMash, subordinado e administrado pela agência espacial federal russa Roscosmos.
Ela lembrou que o ambicioso projeto começou a ser desenvolvido ainda na União Soviética, nos anos 1960 e 1970, com o objetivo de criar instalações permanentes na Lua para a realização de pesquisas de longo prazo na superfície lunar.
Olga Zharova explicou que, apesar de o atual programa espacial da Rússia estar sobrecarregado com muitos outros projetos custosos voltados para a Terra, como a expansão do sistema de posicionamento global GLONASS, estações científicas e diversos tipos de satélites, o objetivo de criação de uma base na Lua jamais foi cancelado.
"Nas primeiras etapas do desenvolvimento da base lunar, a sua tripulação não deverá exceder 2-4 pessoas, enquanto nas fases posteriores poderá chegar a 10-12 pessoas" – revelou Olga.
Nas palavras de Olga, "com uma tripulação de 4 pessoas e missões de 30 dias de duração, o volume do espaço hermeticamente selado e habitável dessa base deverá ser de no mínimo 20 metros cúbicos. Para garantir a boa atividade da equipe a infraestrutura deverá ser instalada sobre a superfície da Lua. Abaixo do solo poderão ser criados refúgios anti-radioativos, instalações de geração de energia, etc.".
Em abril deste ano, o diretor executivo dos programas espaciais tripulados da Roscosmos, Sergei Krikalev, informou que a Rússia tem planos de iniciar a construção de uma base na Lua em 2035.