Michel Temer não quis comentar a questão sob seu aspecto político, pois segundo o presidente em exercício, é um assunto interno de outra nação. No aspecto aspecto econômico, Temer disse que só será possível perceber as consequências para o Brasil, com um pouco mais de tempo, quando o Reino Unido se consolidar efetivamente.
“O Reino Unido, a Inglaterra decidiu por uma consulta popular até, e portanto, decisão política nós não vamos discutir. Nós precisamos verificar quais são as repercussões digamos econômicas que possam atingir o Brasil. O ministro Meirelles vai se encontrar com um representante do governo britânico, vamos discutir um pouco essas questões, e vamos esperar os acontecimentos, mas só depois que eles efetivamente se consolidem, porque nesse primeiro momento você sabe que houve uma queda nas bolsas, mas em um segundo momento é que nós vamos verificar qual impacto que o Brasil sofrerá em função disso. Sob o aspecto político, nós não vamos dar palpite.”
Durante a entrevista, ainda sobre a política exterior, Michel Temer também falou sobre a situação do Brasil perante o Mercosul.
O presidente interino ressaltou que a vontade de seu governo é manter contato com todos os países do mundo. Temer enfatizou a importância do Mercosul, mas disse que é preciso que ele passe por uma nova discussão sobre a universalização em relação aos outros países.
“O Serra (Ministro das Relações Exteriores, José Serra) tem dito que é preciso reequacionar a relação com o Mercosul. Eu também tenho sustentado que o Mercosul é um organismo importante, não há dúvida nenhuma, tanto que nós temos um acordo sendo estudo com a União Europeia e estamos envidando esforços Brasil dentro do Mercosul, envidando esforços para que esse acordo com a União Europeia. Muitas vezes o Brasil tem dificuldade para fazer um acordo tarifário, qualquer coisa dessa natureza porque está preso aos compromissos do Mercosul. Então, neste momento nós temos que rediscutir um pouco a questão do Mercosul, não para eliminá-lo, mas para quem sabe dar-lhe uma diretriz mais segura nessa tese da universalização das relações com os outros países.”
Através de nota, o Banco Central do Brasil avaliou a saída da Inglaterra da União Europeia, afirmando que está monitorando continuamente os desenvolvimentos nos mercados global e doméstico em razão da decisão manifestada pelos cidadãos britânicos.
“Caso necessário, adotará as medidas adequadas para manter o funcionamento normal dos mercados financeiro e cambial", disse o BC no texto.
A instituição disse ainda que, “a economia brasileira tem fundamentos robustos para enfrentar movimentos decorrentes desse processo, especialmente, relevante montante de reservas internacionais, o regime de câmbio flutuante e um sistema financeiro sólido, com baixa exposição internacional.”