As redes sociais ucranianas logo foram invadidas com mensagens sobre a traição dos interesses nacionais. Estas mensagens fizeram o novo ministro ucraniano da Energia Igor Nasalik escrever na sua conta no Facebook: "Não haverá nenhum blackout ou 'lá se foi tudo'", e acrescentou para os seus leitores céticos "Não precisamos da ajuda anual da Rússia". Mas, ao mesmo tempo, o Ministério da Energia russo confirmou que a Ucrânia pediu assistência técnica.
O bloqueio de carvão é a segunda razão. Isto aconteceu por causa de um grupo de fatores.
As maiores minas do país, onde é extraído o carvão mineral utilizado nas usinas termoelétricas, estão situadas precisamente nas repúblicas independentistas de Donetsk e Lugansk (Donbass). O bloqueio de carvão talvez possa estar ligado à intensificação dos combates no leste da Ucrânia. Ou talvez seja uma forma de pressão das repúblicas independentes sobre Kiev, na véspera da votação sobre o estatuto especial e as eleições em Donbass.
Ao mesmo tempo, podemos estar perante um esquema criminoso. As minas nos territórios independentes da Ucrânia pertencem ao oligarca Rinat Akhmetov que, supostamente, podia ter feito um conluio com os líderes de Donetsk e Lugansk para fazer pressão sobre o governo e beneficiar desta situação.
Além disso, a desativação pode estar associada com o experimento de abastecimento de reatores nucleares com combustível nuclear da empresa norte-americana Westinghouse, que substituirá o combustível russo da empresa TVEL.
Finalmente, o último fator possível é o aumento das temperaturas na Ucrânia, que tem afetado a maioria das regiões. Se não for "a assistência técnica russa" a Ucrânia poderá ver-se obrigada a fazer cortes regulares de energia.