"Embora os lançamentos de mísseis não tinham sido realizados, os participantes dos exercícios treinaram a cooperação, consolidaram os canais de comunicação, a colheita de dados e a avaliação de possibilidades de reação às ameaças. Quer dizer, monitoraram os voos simulados de mísseis balísticos do inimigo convencional e trocaram informações".
De acordo com o documento, em 22 de junho a Coreia do Norte lançou de novo um míssil balístico de alcance médio Musudan. O líder norte-coreano Kim Jong-um declarou a respeito sobre a possibilidade de atacar alvos americanos no Oceano Pacífico, porque em teoria seus mísseis podem atingir a ilha de Guam, que é o posto avançado dos EUA nesta região do mundo.
Enquanto isso, segundo a opinião do chefe de programas coreanos do Instituto da Economia da Academia de Ciências da Rússia Georgy Tolorai, os exercícios parecem em muito ter uma retórica contra a China.
O especialista declarou à Sputnik:
"A realização destes exercícios é um passo de resposta bastante rápido dos EUA às ambições da Coreia do Norte de ter mísseis nucleares. Mas estes são mais um pretexto do que a razão para os exercícios. As minhas recentes conversas com americanos nos bastidores de Washington e São Francisco falam de que na realidade os americanos não consideram seriamente que a Coreia do Norte seja capaz de ter a iniciativa para realizar um ataque com mísseis nucleares contra os EUA".
O especialista notou que, ao mesmo tempo, para Washington os exercícios são um pretexto perfeito para instalar sistemas antimísseis na Coreia do Sul e criar um bloco militar trilateral EUA-Japão-República da Coreia.
"E isso, claro, tem em grande medida uma orientação contra a China. Porque as relações dos EUA com a China mudam cada vez mais do campo de parceria e de rivalidade para o de confrontação. E o fator norte-coreano desempenha aqui o papel de uma espécie de gatilho para esse tipo de ações por parte dos EUA," acrescentou.
Georgy Tolorai sublinhou que mesmo que este pretexto não existisse, os EUA achariam algo para aumentar a tensão na Ásia.