O analista Vasily Kashin chama isso de "uma das cúpulas bilaterais mais bem-sucedidas em termos práticos". A visita de Putin resultou em iniciativas conjuntas que se têm tornado reais.
"No que se refere à cooperação econômica, vários acordos importantes, que estavam sendo preparados há longo tempo, finalmente foram concluídos", observou o pesquisador do Centro de Estudos Europeus e Internacionais da Escola Superior da Economia.
Outro esforço-chave conjunto irá se concentrar no projeto de um grande avião comercial. O acordo ajuda a garantir à Rússia "que ela participará deste projeto chinês extremamente importante e de grande escala", explicou o analista. "Por sua vez, isso poderia ser um fator decisivo no que respeita à indústria aeronáutica civil da Rússia".
Além disso, os dois países assinaram um acordo que estabelece a parceria entre o fabricante russo Russian Helicopters e o Avicopter chinês, encarregados de desenvolver um helicóptero de transporte pesado avançado (AHL – Advanced Heavy Lift). O projeto foi proposto pela primeira vez em 2008, após o terremoto de Sichuan que causou a morte de cerca de 70 mil pessoas. Os chineses ficaram impressionados com os helicópteros pesados Mil Mi-26, de fabricação russa, que participaram nas operações de resgate.
"Pela primeira vez na história, Moscou se tornou no maior ou no segundo maior fornecedor de petróleo a Pequim, o que coloca a Rússia basicamente no mesmo nível da Arábia Saudita", escreveu Aleksandr Gabuev, chefe do Departamento da Rússia no Centro de Carnegie em Moscou, para o War on the Rocks.
"Agora que a Rússia e a China estão expandindo os gasodutos que ligam suas redes de energia, é provável que esta tendência continue", acrescentou ele.
De acordo com os dados mais recentes, a Rússia manteve seu lugar de liderança como fornecedor-chave de petróleo à China. As exportações do petróleo russo aumentaram em 42 por cento nos primeiros cinco meses de 2015. Em maio, Beijing importou cerca de 1,24 milhões de barris por dia.
Outras áreas da cooperação incluem acordos de armamento (a China receberá o sistema de defesa antiaérea S-400 e aeronaves Su-35) e esforços para criar o que Gabuev chamou de "uma infraestrutura financeira paralela que ignore os EUA e, portanto, seja imune a sanções internacionais".