Ao conversar com a imprensa, a senadora Vanessa Grazziotin, do PC do B do Amazonas, antecipou que Dilma não deve mesmo comparecer, pois o placar da Comissão Especial do Impeachment já estaria definido com a maioria favorável pelo afastamento definitivo da presidenta. Vanessa Grazziotin disse ainda, que Dilma está se preparando para fazer a própria defesa no Plenário do Senado.
“Eu até achava num primeiro momento que ela deveria vir. Entretanto, analisando a composição da Comissão, analisando as posições, ela achou melhor não vir, virá ao Plenário do Senado Federal. Eu até acho que a medida é correta, na Comissão ela já tem o placar definido, e eles dizem isso. Temos que aguardar o Plenário e ao Plenário ela virá com muita garra.”
O senador José Medeiros, (PSD-MT), afirmou que não há qualquer estratégia por parte da acusação para constranger Dilma, para que ela não compareça ao depoimento. Para José Medeiros, Dilma está é fugindo para não responder aos questionamentos dos senadores favoráveis ao impeachment.
“Perguntas inquietantes seriam feitas. Talvez, o fato de ser confrontada com isso é que levou a presidente a não vir. Até porque ela tem adotado um discurso de retórica para a plateia. Talvez, ao ser confrontada com os números e com os fortes argumentos e ao se deparar com a verdade, talvez isso tenha feito a presidente optar por não vir.”
Conforme o calendário de trabalhos da Comissão, na terça-feira (5), os três analistas do Senado e os assistentes técnicos ouvidos pela acusação e pela defesa, vão responder a questões dos senadores sobre o resultado na perícia dos documentos que serviram de base para o processo de impeachment contra Dilma Rousseff.
Conforme o relatório dos peritos, houve desrespeito à Lei Orçamentária na edição de três dos quatro decretos assinados pela presidenta afastada, porém, não houve a participação direta de Dilma Rousseff na questão do atraso de pagamento ao Banco do Brasil pelo Plano Safra, as chamadas pedaladas fiscais.
Depois de ouvir os analistas e técnicos, e a defesa de Dilma, através de José Eduardo Cardozo, a Comissão Especial do Impeachment do Senado volta a se reunir no dia 2 de agosto para a leitura do relatório do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), que em seguida será discutido e votado na Comissão nos dias 3 e 4 de agosto. O Plenário do Senado se manifestará sobre o parecer no dia 5 de agosto.
De acordo com o Presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), se o Senado decidir pelo julgamento da presidenta afastada Dilma Rousseff, a votação definitiva sobre o caso deve acontecer entre os dias 25 e 27 de agosto.