O objetivo é pôr fim à "ocupação" do Afeganistão pelas forças internacionais. Isso seria, segundo Mullah Haibatullah Akhundzada, o primeiro passo para uma pacificação baseada na lei do Islã.
"Seu apoio e alinhamento com os invasores se parece com os trabalhos daqueles rostos horrendos que na nossa história passada prestavam apoio aos britânicos e aos soviéticos", disse o líder dos extremistas, prosseguindo:
"A nossa mensagem clara é que nós não queremos um monopólio do poder. Todas as tribos e raças afegãs precisam umas das outras."
Além disso, ele frisou que "as portas do perdão e tolerância estão abertas".
Esta declaração antecipa o Eid al-Fitr, uma das maiores festas islâmicas, e vem dois dias depois de um ataque suicida que matou pelo menos 30 cadetes recém-graduados. Outros ataques ocorridos no mês passado mataram várias dezenas de pessoas na capital afegã, Cabul, e na província setentrional de Badakhshan.
O Talibã já chegou a governar no Afeganistão por um período de vários anos, no final do século passado, instaurando no país um sistema de governo baseado na lei islâmica, com penas que significavam morte violenta para autores de vários tipos de crime. Vale a pena dizer que, ainda hoje, há relatos sobre residentes locais que tinham ajudado militares estrangeiros (por exemplo, prestando serviço de intérprete) sendo mortos por seus vizinhos por terem cometido "traição".
No final do ano de 2014, os EUA deram por terminada a Segunda Guerra no Afeganistão. Começava a missão Resolute Support (RS), comandada por John Campbell, que passou para a fase auxiliar em meados de 2015. De acordo com vários observadores, até o momento, a presença norte-americana no Afeganistão não obteve resultados.