Recentemente, o jornal chinês Global Times publicou dois artigos de especialistas em que estes expressam receios em relação à cooperação sino-russa. Destaca-se que a possível melhoria das relações entre a Rússia e o Ocidente pode levar a nova virada em direção ao Ocidente em vez do Oriente. Se calhar, os acordos com a China têm um caráter tático e não estratégico.
"Estes artigos refletem uma opinião de consenso dos círculos de especialistas. Havia esperanças, com certeza, de que a Rússia realizasse uma política mais aberta, política mais livre em assuntos de parceria com a China, que eliminasse os obstáculos para investimentos e escutasse mais os seus parceiros chineses. Isso não aconteceu e os resultados da nossa cooperação não podem inspirar os especialistas", disse Gabuev.
O analista destacou que o volume real da cooperação bilateral não corresponde aos prognósticos que altos funcionários têm anunciado nos dois últimos anos "criando esperanças absolutamente exageradas para todos os participantes da cooperação". Gabuev disse que muitos na China pensam que a viragem russa ao Oriente é um flerte táctico e que isto é justificado pela agressão do Ocidente. Quando chegarem ao poder políticos mais pragmáticos que construam relações diferentes, a orientação pode mudar. O especialista pensa que tal roteiro é muito possível.
"Não acho <…> que se deva ficar em pânico e dizer que os chineses não confiam na Rússia, não há parceria estratégica entre nós. Devemos compreender que estes artigos <…> refletem a opinião de pessoas isoladas", disse o especialista.
Lukin afirmou que na China há uma pluralidade de opiniões. Há alguns que estão a favor de cooperação com a Rússia e há os quem não gostam muito da Rússia.
Lukin disse que Xi Jinping não mudará o seu curso de consolidação de relações com a Rússia. O especialista afirmou que a situação deve ser avaliada partindo de ações e não de artigos na mídia.