A Sputnik falou com Janice Procter, cujo filho Michael Trench era um dos soldados britânicos mais jovens. Ele morreu no Iraque com 18 anos em 2007.
Em junho de 2009, foi criada uma comissão parlamentar liderada por John Chilcot, ex-vice-ministro do Interior britânico para esclarecer as circunstâncias do envolvimento britânico na guerra.
"Eu pensei quando Sir John Chilcot aderiu ao processo — é isso, vamos finalmente obter algumas respostas e eu serei capaz de acalmar os demônios e suportar a morte de meu filho, mas eu não consigo vê-lo acontecendo. Não estou esperando nada, além de uma versão mais longa com mais mentiras", disse a mãe do soltado morto.
"Como vocês pedem desculpa aos mortos? Como vocês pedem desculpa a seus pais? Se fosse uma guerra legítima, por que o atraso é tão longo, por que as declarações foram alteradas?", afirma Janice Procter.
Tendo protegido a campanha militar no Iraque, em outubro de 2015 Tony Blair, ex-premiê britânico, admitiu em entrevista à CNN que a invasão das forças norte-americanas e seus aliados foi uma das principais razões para o surgimento do Daesh (Estado Islâmico) e pediu desculpa pelos seus erros.
"Eu culpo Tony Blair pela morte do meu filho. Tony Blair enviou-os, Tony Blair fez os acordos, e ele enviou os nossos filhos para o massacre”, declarou a mãe de Michael Trench, que teve de educar dois netos após a morte do filho.
Segundo os especialistas britânicos, desta vez Tony Blair não poderá sair incólume. O inquérito vai prejudicar gravemente sua reputação.
"Se os filhos de Tony Blair fossem enviados para a frente como os nossos filhos, ele teria que lutar a mesma luta que nós e esperar tanto tempo por um relatório? Acho que não. Porque é que existem umas regras para nós e outas regras para ele? O que faz ele estar acima da lei?"