O coordenador do inquérito John Chilcot afirmou nesta quarta-feira (6), durante a apresentação do relatório sobre o envolvimento britânico na guerra no Iraque, que o Reino Unido entrou na guerra sem o apoio da maioria dos membros do Conselho de Segurança da ONU.
"Sem o apoio à campanha militar da maioria [dos membros do Conselho de Segurança da ONU], consideramos que o Reino Unido, com efeito, minou o prestígio do Conselho de Segurança da ONU", disse.
"Concluímos que o Reino Unido escolheu se juntar à invasão antes de ter esgotado todas as possibilidades de desarmamento pacífico… As ações militares naquela altura não eram o último recurso", declarou Chilcot.
A invasão não era necessária porque as sanções introduzidas contra o regime iraquiano eram eficientes. O Iraque não era capaz de criar armas nucleares. O governo de Tony Blair tomou esta decisão partindo de dados de inteligência incorretos.
Apesar de todos os avisos, "as consequências da invasão foram menosprezadas".
"As condições em que se decidiu que havia base legal para iniciar operações militares estavam longe de ser satisfatórias", afirmou Chilcot.
A guerra no Iraque se iniciou em março de 2003 com a invasão do território do país pelas tropas dos EUA e seus aliados, do Reino Unido, em particular, com o objetivo de derrotar o regime de Saddam Hussein. A questão do envolvimento britânico provocou uma divisão no governo de Blair. A decisão de enviar tropas foi tomada somente após a declaração de Blair de que Hussein possuía armas de destruição em massa que não foram encontradas no país. Desde setembro de 2010, as autoridades norte-americanas anunciaram oficialmente o fim da operação militar no Iraque.
Em resultado de invasão morreram 200 soldados britânicos e mais de 150 mil iraquianos.