Com esta decisão, fica anulada a redução pela metade do número de efetivos estadunidenses no Afeganistão.
"Em vez de reduzir o número das tropas americanas para 5,5 mil pessoas, os EUA irão manter as 8,4 mil pessoas até o início de 2017, isto é, até o fim do mandato da minha administração", disse o chefe de Estado em uma entrevista coletiva na Casa Branca.
O presidente prosseguiu assegurando que esta decisão é "um passo coreto para os EUA, os nossos parceiros e o mundo inteiro".
No momento, há 9,8 mil militares dos EUA no Afeganistão.
De acordo com Obama, a decisão foi tomada com base nas recomendações do general John Nicholson, comandante da missão militar conjunta dos EUA e da OTAN no Afeganistão, do ministro da Defesa, Ashton Carter, e do chefe do Estado-Maior Conjunto dos Estados Unidos (JCS, na sigla em inglês), general Joseph Dunford. O presidente norte-americano alegou também consultas "prolongadas" com o Congresso dos EUA, o governo do Afganistão e parceiros.
O presidente estadunidense não deixou de insistir que os militares dos EUA estão cumprindo duas tarefas: treinar as forças de segurança afegãs e lutar contra o terrorismo.
Contudo, tem tido, inclusive no ano passado, certas críticas dizendo que a presença militar dos EUA no país não teve grande resultado (ou até muito pelo contrário).
O discurso de Obama acontece quatro dias depois de que o novo líder do Talibã, Mullah Haibatullah Akhundzada, anunciara a "abertura das portas do perdão e tolerância" para o governo — com o fim de expulsar, conjuntamente, as forças estrangeiras do país.
Terrorismo e negociações
Porém, Obama não exclui a possibilidade de negociações entre o governo afegão e o movimento terrorista Talibã. Segundo ele, negociações são "o único meio" de pacificar a situação no país.
No ano passado, a presença de militanes do Talibã no norte do país serviu de justificativa de um ataque realizado pelas forças da OTAN, dos EUA e do Afeganistão contra o complexo do hospital da organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) na cidade de Kunduz. Depois o comando militar internacional admitiu o erro.
Afeganistão e Iraque
Por sua parte, o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, disse hoje desacreditar que tivesse havido erros tão graves no Afeganistão como no Iraque. Trata-se da preparação da campanha militar internacional. Mais cedo nesta quarta, foi publicado no Reino Unido um relatório que contém duras análises do início da ofensiva internacional no Iraque.