O especialista iraniano em assuntos do Oriente Médio Hassan Hanizadeh disse à Sputnik que a estratégia dos EUA para criar uma coalizão internacional contra o terrorismo foi um fiasco.
"A coalizão, criada 3 anos atrás sob a tutela dos EUA contra o Daesh e composta de 66 países, não conseguiu resultados significativos. Suas estratégias e seus planos, as operações para eliminar o fenômeno do Daesh fracassaram. O objetivo de criar esta coalizão para os EUA não foi a luta, mas os trabalhos preparativos para aumentar a influência dos terroristas", disse Hanizadeh.
"Hoje os EUA não tem outra opção senão cooperar com grandes atores na região como o Irã e a Rússia para neutralizar os terroristas que criaram. Quando o Daesh se aproximou das fronteiras dos amigos e aliados dos EUA, Washington foi obrigado a alterar radicalmente sua estratégia na região e criar imediatamente uma aliança séria com outros países contra o Daesh", disse o especialista.
Na opinião dele, a fuga da aviação norte-americana em direção ao Iraque mostra que "o Pentágono está muito preocupado que os terroristas possam conseguir êxitos no Curdistão iraquiano e em Mossul". Essa fuga significa que os EUA necessitam de cooperar com os atores principais que combatem o Daesh na região.
Outro especialista em política internacional, o diretor do Centro analista de pesquisa de relações interacionais, Seyed Abd al Majid Zavari, disse que esta já não é a primeira vez que os norte-americanos realizam tal manobra no culminar da batalha. O objetivo norte-americano é causar dano à Rússia e ao Irã.
"A razão disso é os EUA não quererem eliminar completamente os terroristas na região. Em vez de lutar contra o Daesh, os EUA usam o Daesh como um instrumento de pressão sobre os seus rivais na região – a Rússia e o Irã", afirmou.
Na opinião do especialista iraniano, o roteiro político elaborado até 2020 pelos EUA pretende colocar a Ásia Ocidental no meio de numerosas guerras civis com o objetivo de causar dano às influências russa e chinesa.
O incidente mais recente na Síria deve se tornar um sinal para outros atores da região – o Irã, a Síria, a Rússia e o Iraque – que devem continuar sua linha política independente.