Um projeto conjunto destinado a produzir fuzis de assalto Kalashnikov na Grécia parece ser uma questão incômoda para a OTAN. De acordo com o ministro da Defesa grego Panos Kammenos, será possível dar início à iniciativa quando as sanções antirrussas forem levantadas.
"O fato de um país-membro da OTAN estrategicamente importante como a Grécia estar tentando construir suas próprias relações com Moscou poderia prejudicar seriamente a capacidade da Aliança para apresentar uma frente unida para impedir uma possível agressão russa", disse um funcionário anônimo da OTAN ao The Telegraph.
OTAN acusa Moscou de influenciar a decisão de partes da Ucrânia e da Criméia para aderir à Rússia. Por seu lado, Moscou é parte da resolução da crise no país vizinho, embora não seja uma parte do conflito.
No entanto, a Grécia não é apenas um membro qualquer da OTAN, mas também um parceiro importante para a Rússia. No início desta semana, o presidente da Duma de Estado Sergei Naryshkin chamou Atenas de "o amigo mais antigo da Rússia" e ele tem razão. As relações entre os dois países já têm mil anos.
Como resultado, a Grécia e vários outros países, nomeadamente a Itália, fazem uma pressão significativa sobre os membros da União Europeia para iniciar um diálogo mais construtivo sobre as sanções antirrussas, questionando a necessidade das medidas restritivas que afeta negativamente a cooperação bilateral.
No sábado, o primeiro-ministro grego Alexis Tsipras pediu aos líderes da OTAN para participarem de "conversações construtivas" com a Rússia. Ele defende fortemente um diálogo com Moscou, dizendo que as sanções e a retórica da Guerra Fria são um estilo improdutivo.