a Sputnik falou com o professor do departamento das Relações Internacionais da Universidade Estatal de São Petersburgo Ruslan Kostyuk, assim como o membro da União Internacional de Economistas, Igor Didenko.
Há quem acredite que a causa não está somente na Comissão Europeia ou Banco Central Europeu, mas também na Alemanha. Na opinião do especialista, após o Brexit, este país terá ainda mais controle sobre toda a União Europeia.
A pergunta mais atual é: porque tomaram tal decisão hoje, apesar de todos os casos similares (e.g. com a Grécia ou Itália) na história da UE?
Kosyuk opina que o tema de não-cumprimento da disciplina orçamental tomou um rumo sério agora, porque “dentro da UE se formou um grupo que se manifesta pela integração. Tais países como Alemanha, França e a Holanda querem uma integração ainda mais profunda e por isso eles exigem aos outros estados membros da UE que respeitem os regulamentos europeus, principalmente os orçamentais”.
Além disso, nota o professor, a decisão da Comissão Europeia pode estar ligada ao “aspecto político, porque em Portugal hoje está em funcionamento um governo socialista apoiado pela esquerda. A política portuguesa é muito diferente daquela que realiza Bruxelas…”
Quanto à Espanha, “ninguém sabe de que cor será o futuro governo espanhol interino. Este pode ser um sinal para as elites dos dois países e outros Estados membros da UE”, concluiu Ruslan Kostyuk.
Por sua vez, o membro da União Internacional de Economistas Igor Didenko considera que “a UE tem que assustar seus membros de vez em quando com penalizações por incumprimento das obrigações <…>, mas não é provável que a Comissão imponha multas financeiras sobre Portugal e Espanha: o exemplo do Brexit mostrou que a insatisfação com as autoridades de Bruxelas pode resultar em ações reais e, no caso de pelo menos mais um pais membro seguir o exemplo britânico, o futuro da UE será nebuloso”.