Ele lembra o exemplo mais significante que agora vai provocar associações com a tentativa de golpe — vídeos numerosos com caças F16 capturados pelo rebeldes voando baixo sobre Ancara e Istanbul.
"É obvio que se eles precisassem de reabastecimento, eles tencionariam recebe-lo com ajuda de um avião da base militar de Incirlik. É nesta base que ficam as armas nucleares dos EUA".
De acordo com Lewis, não é uma boa ideia deixar as armas em uma base que em qualquer momento possa ser alvo dos rebeldes.
Todas as precauções sobre a segurança de Incirlik foram tomadas com base exclusivamente na ideia de que a situação no país é estável e seu governo mostra lealdade aos Estados Unidos. No entanto, a situação geral da segurança na Turquia nos últimos anos só está ficando pior, diz Lewis, recordando um incidente em abril deste ano, quando militares e suas famílias tiveram de ser evacuados a partir da base de Incirlik devido a ameaças terroristas.
Bonnie Kristian, autor no The National Interest, também observou que, no contexto do golpe militar na Turquia, poucas pessoas prestaram atenção à perda de controle dos EUA sobre Incirlik.
Kristian se refere a um dos materiais mais sensacionais sobre o assunto publicado pelo jornalista Eric Schlosser na revista The New Yorker. Ele observa que na base estão cerca de 50 bombas B61, que são 25 por cento do total do estoque disponível da OTAN.
Na noite da sexta-feira passada (15) um grupo de insurgentes turcos realizaram uma tentativa de golpe de Estado militar no país. Os principais confrontos aconteceram em Ancara e em Istambul. O governo da Turquia declarou que 190 civis morreram, assim como 100 militares revoltosos. Segundo dados oficiais, 1,5 mil pessoas ficaram feridas.
Na noite desta quinta-feira (20), o governo turco anunciou estado de emergência por três próximos meses.