Sobre as declarações do ministro, Sputnik Brasil conversou com um especialista em Segurança Militar, o professor de História e Relações Internacionais, Ricardo Cabral, pesquisador e colaborador da Escola de Guerra Naval. Para Ricardo Cabral, a primeira questão a ser considerada quando se trata de segurança nas fronteiras é de ordem orçamentária:
"É preciso orçamento, é preciso liberar verbas para uma efetiva defesa das fronteiras", diz Cabral. "Por exemplo, nós temos dois sistemas que são fundamentais para o país e enfrentam graves dificuldades financeiras, o Sisfron e o Sisgaaz. O Sisfron – Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras, executado pelo Exército, avança a passos muito lentos. Já o Sisgaaz – Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul [o Mar Brasileiro] está simplesmente parado por falta de recursos financeiros."
O colaborador da Escola de Guerra Naval destaca que "é importante notar que a ação das Forças Armadas nas fronteiras é subsidiária. A tarefa principal da vigilância terrestre deve competir à Polícia Federal com apoio da Polícia Rodoviária Federal e das Polícias Estaduais, com os contingentes que atuam junto às áreas fronteiriças".
Ainda segundo Ricardo Cabral, as Forças Armadas têm planos definidos para modernização de suas frotas e dos seus equipamentos, mas têm esbarrado no problema que se repete há muitos anos – a falta de verbas para que as compras sejam consolidadas:
"Há projetos elaborados há 20 anos ou mais e que não podem ser executados porque os recursos não são liberados. Os sucessivos Governos anunciam verbas, mas, na hora de distribuí-las, elas acabam sendo contingenciadas. Quer dizer, não podem ser usadas. Assim, de adiamento em adiamento, a defesa do país vem sendo sacrificada."
O Professor Cabral também analisa a cooperação que o Brasil montou com outros países para reforçar a segurança neste período de Olimpíadas e Paralimpíadas: