A presidente afastada observou também que toda a preparação para garantir a segurança da Rio 2016 foi tomada até seu afastamento em maio por ocasião da aprovação do processo de impeachment no Senado. A questão vai ser resolvida definitivamente no fim de agosto com nova votação em plenário.
Com relação à polêmica das obras mal acabadas da Vila Olímpica, que têm motivado várias queixas das delegações estrangeiras, Dilma disse que as obras na Barra e na Vila de Deodoro estão finalizadas em todos os aspectos, quer de infraestrutura, energia ou segurança.
"A Vila dos Atletas, que é responsabilidade da Prefeitura do Rio, é a única que têm problemas e que têm que ser resolvidos."
O presidente da Sociedade Brasileira de Direito Internacional, Antônio Celso Alves Pereira, diz que o Brasil está vivendo há algum tempo uma trajetória tremendamente inusitada e que, politicamente, o fato de o país ter dois presidentes, um de fato e outro de direito, pode contribuir para a presença de um menor número de dirigentes mundiais na Rio 2016. Segundo fontes ouvidas pela Sputnik Brasil, uma das razões que teria feito Dilma recusar o convite seria o fato de que, na abertura da cerimônia, a presidente afastada seria instalada em um espaço da arena olímpica destinado aos ex-presidentes.
"Acontece de tudo desagradável para o prestígio do país, e agora essa situação de dois presidentes, uma que está afastada por razões do processo de impeachment, mas continua sendo a presidente da República, e o presidente interino Michel Temer, que preside de fato. Seria uma indelicadeza com ela colocá-la em um local de ex-presidentes. Vários chefes de estado não comparecerão à abertura, como se esperava, também por causa dessa situação, que é muito complicada. Ela tem razão em não aceitar. Afinal, ela ainda é a presidente da República."
Alves Pereira justifica a ausência de alguns dignatários pela situação atual de insegurança vivida no mundo com a onda de atentados terroristas. Segundo ele, os Estados Unidos estão envolvidos com questões muito sérias de segurança e também com as eleições e os presidentes europeus estão vivendo momentos muito difíceis com a série de atentados na França, na Alemanha e em outros países.
Até agora, o Itamaraty confirmou a presença de cerca de 90 chefes de estado. Entre as grandes ausências, até agora, estão as do presidente americano Barack Obama e do presidente russo Vladimir Putin.