Segundo Davutoglu, essa ordem abrangia não só o caça russo, mas todo o espaço aéreo para garantir a segurança.
"De acordo com as leis do nosso país, o primeiro-ministro apresenta as regras para uso das forças armadas de forma escrita para o Estado-Maior General. Eu fiz esse decreto em 10 de outubro", disse Ahmet Davutoglu à NTV ainda em 15 de julho.
Na redação precedente do ano de 2012 se lê que "todos os aviões sírios que voam para a Turquia a partir da Síria devem ser considerados uma ameaça e ser abatidos". A publicação lembra que essa ordem foi emitida logo depois do abate de um caça turco Phantom F-4 pelo sistema sírio de defesa antiaérea.
Davutoglu assinalou que "não tinha sido difícil mudar esta lei" porque se tratava de "defesa do espaço aéreo turco".
"Eu assumiria a mesma responsabilidade se a mesma coisa acontecesse hoje", cita o ex-premiê a edição Hurriyet Daily News.
Em 24 de novembro, um jato da Força Aeroespacial da Rússia foi derrubado por um caça turco, em espaço aéreo sírio, quando participava de uma operação contra terroristas na Síria. O incidente provocou forte tensão entre os dois países, com trocas de acusações e rompimento de parcerias. No mês passado, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, pediu desculpa pela tragédia, que teve como consequência a morte de um dos militares russos que seguiam a bordo. Em carta endereçada ao líder russo Vladimir Putin na ocasião, Erdogan confirmou a abertura de um processo contra um suspeito de envolvimento na derrubada do Su-24.